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Filme Cyrus: Mães – Solteiras/Viúvas/Separadas – Não Percam!!!

Mães solteiras e/ou viúvas e/ou desquitadas de garotos  pequenos e adolescentes não deveriam perder – em hipótese alguma – o Filme americano Cyrus com Marisa Tomei, lançado essa semana em S. Paulo.

Há vários aspectos interessantes a serem observados, entretanto,  o que se destaca mesmo  é a reprodução fiel do  que se vê por aí nesses casos. 

A relação mãe  e filho, com mãe dando as diretrizes e até mesmo as ordens, vai sumindo até que some de vez.  Os moleques do filme e da vida de verdade passam a se julgar e, pior, a se comportar não mais como filhos, e sim como maridos, dando ordens e até mesmo tomando satisfações.  Não estou falando de aspectos sexuais, edipianos e coisas mais profundas.  As situações que esses atrevidinhos (para não usar o termo certo) vão criando já são suficientemente desconfortáveis, Kafkanianas por si sós e dispensam qualquer análise mais profunda.

É assistir ao filme  e, se for o caso, se empenhar para reverter o quadro.  Por duas razões:

 a) porque isso pode acabar muito mal.

b) também porque bonzinho igual à personagem da namorado de Tomei só existe mesmo no cinema.  Na vida real, o nego é bonzinho, mas uma hora pega o boné, cai fora e a fila anda.  Anda pro cara, porque a mulher vai sempre  ter a vida atolada/empacada pelo filho babaca.  Afinal, desde a Bíblia já se sabe: quem pariu Mateus que o embale.

Não gosto muito de trailers de filmes, mas se alguém quiser dar uma olhada

http://cinema.uol.com.br/ultnot/multi/2010/01/27/04029B3472D8C91326.jhtm?trailer-do-filme-cyrus-04029B3472D8C91326

HIRAM, GENOEFA E ÉDIPO

De 22.05.07

Os amigos do meu pai dos tempos de São Francisco o definiam assim:

– O Hiram entra no restaurante e já vai logo pedindo, de uma só vez, filé bem passado com fritas, coca-cola, pudim de caramelo de sobremesa e troco para 10 mil Réis.

Quando eu ainda morava com ele, chego em casa e ele me diz:

– Paulo, o Mário ligou e disse que o pai do Fábio morreu.

Eu perguntei onde era o velório. Meu pai disse que o Mário não falou nada sobre velório. Ligo pro Mário e pergunto se ele estava a fim de me encher para deixar um recado que o pai do Fábio morreu e não informar onde era o velório.

O Mário reproduz para mim o diálogo com meu pai:

– Dr. Hiram, tudo bem? O Paulo está?
– Não, o Paulo não está!!!!!!!!!!!!!!!!!!
– O senhor diz para ele que o Pai do Fábio morreu.
– Tá bom, eu digo!!!!!!!!!
– Mas dr. Hiram….
– Já entendi, o pai do Fábio Morreu
– Mas dr. Hiram…..
– Mário, eu não sou burro. O pai do Fábio morreu. Tchau!!!!!!!!!!!!!!
E bateu o telefone (meu pai é muito educado; a aflição, entretanto, é infinitamente maior…)

Faz uns 25 anos que não moro mais com ele. Ou seja, isso se passou um quarto de século atrás. Imaginem, pois, como está o homem hoje, aos 86 para 87 anos de Idade!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Esqueci de falar, talvez tenha ficado ansioso por osmose – o teclado por estar escrevendo sobre meu pai me passou ansiedade – meu pai é um sujeito brilhante, muito inteligente, lê bastante e usa o computador como um garoto de quinze anos.

Genoefa é a versão feminina e bem mais jovem do meu pai. Eu a conheci – há uns três anos – na entrada dos cines Belas Artes. Eu ia a um filme e ela, a outro. Trocamos meia dúzia de palavras. Na saída, eu devo tê-la impressionado muitississississimo mesmo porque ela estava me esperando. Genoefa e meu pai não são de esperar!!!!!!!!!!Coisa alguma, pessoa alguma!!!!!!!!!!!!!!!A aflição os mata a ambos. São daquele tipo de pessoas que se jactam de fazer no mínimo três coisas ao mesmo tempo. Eu, ao contrário, fiz foi uma frase sobre isso:

Duas coisas fáceis ao mesmo tempo tornam-se difíceis e uma delas sai errado.
Outra coisa em comum – essa muito favoráveis aos dois, pois prova que são de muito bom gosto:

Eles têm uma “obsessão obsessiva” por mim!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Parece divertido, né???? Mas queria ver qualquer outro no meu lugar !!!!!!!!!!!!!!!

Liás (sem aspas) Genoefa acabou de telefonar neste exato instante em que eu escrevia esse parágrafo – não tinha novidades, mas ficou 15 minutos falando!!!!!!!!!!!

Tivemos um namoro rápido e uma amizade colorida (essas coisas não terminam, né???).

O dia em que a Psiquiatria/Psicanálise descobrir meu pai, a Genoefa e eu, seremos colocados em uma espécie de carro forte de banco para que nada nos aconteça até que seja estudado exaustivamente o fenômeno que me acometeu:

Envolver-me – não com uma mulher que lembre minha mãe – mas com uma que é meu pai terminado.

Eu sou um Édipo Viado!!!!!!!!