Década de 70.
Boyzinho rico da periferia, quando comentei que seu carro, um Puma, era muito rebaixado, pegou uma fita de gravador cassete. Colocou a fita – apoiada no comprimento – (o que deu cerca de 4 dedos ) – no asfalto sob o para-choque e, orgulhosamente, disse:
– É tão rebaixado que nem a fita passa.
Imagine o estrago que buracos e lombadas faziam e fizeram na suspensão do carro e no recheado bolso do boyzinho.
E eu tenho certeza que há de chegar um dia em que alguém convide um amigo para entrar em seu carro e – de tão escurecido os vidros – , orgulhosamente, anuncie:
– Observe que maravilha: não dá para enxergar porra nenhuma.