Lógico que às sextas-feiras sempre cheguei bem tarde em casa.
Antes da doença do meu pai, nos agitos. Durante a doença do meu pai, plantões no hospital!!!
Naturalmente, a morte do meu pai mudou tudo isso. A grande extravagância das sextas-feiras passou a ser assistir ao Globo Repórter (aliás, daqui a pouco, tô lá; a coisa promete imagens deslumbrantes, para sonhar ver ali cara a cara).
Bem, tudo isso para dizer que nas primeira e segunda “sexta-feira caseira”, barulho que vinha do buteco da esquina infernizava meu jantar e não me deixava ouvir o Sérgio Chaplein no Globo Repórter. Interfonei para vizinha e ela me disse que toda sexta-feira era isso.
Deixa eu entender, como dizia ex-namorada, toda sexta-feira era isso e centenas de pessoas ao redor do buteco se conformavam???
Imediatamente liguei para a Polícia Militar; fone 190.
Fui muito bem atendido, expliquei o que acontecia. Resultado: sexta-feira seguinte e todas as próximas, há mais de dois ou três meses, não houve (e não se ouve – perdão pelo trocadilho) o mais mínimo ruído.
Sabem por que??? As pessoas tem um único órgão sensível: o bolso. E também não gostam de chaves na mão. Explico: chave do xadrez na mão do sargento que vai atender a ocorrência.
Direito aviltados, fiquem sabendo: 190 e, como diria Aracy de Almeida, estamos conversados!!!
Ops, o Globo Repórter já começou. Lá vou eu!!!