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BOAS SUGESTÕES PARA O NOVO PREFEITO – CARTA NÃO RESPONDIDA POR HADDAD E SERRA

Tão logo saiu o resultado da eleição do primeiro turno para prefeito, enviei,  através de email, para as Assessorias de Imprensa dos Candidatos Fernando Haddad e José Serra  carta com sugestões bastante plausíveis para serem implementadas pelo vencedor.  Ambas as assessorias acusaram o recebimento por telefone.

Receberam, não se dignaram responder e a cada vez que telefonei, enquanto esperava, fui  massacrado pelas musiquinhas de campanha.

Bem, publico a carta.  Assessores leram, apesar de não terem respondido.   Assim, se alguma, algumas, ou até mesmo várias dessas sugestões forem implementadas, vou escrevendo aqui no Boca e creditando para mim a autoria da idéia.  Nada mais justo, não é mesmo???

Argumento que adoro;   e quem topa com ele pela frente odeia:  há mais de quarenta anos o homem chegou à Lua;  e, em 2012,  as duas assessorias de candidatos  a prefeito não conseguem responder   uma carta!!!  É inconcebível!!!

A CARTA

São Paulo, Vésperas do 2. Turno

Prezados Candidatos Fernando Haddad e José Serra:

Cordiais saudações.

Antes de começar, recebam  meus cumprimentos  pela vitória  no Primeiro Turno

Quando o dinheiro é curto – e isso é crônico no nosso carente país -, os bons administradores devem ser capazes de lançar mão de medidas inteligentes e simpáticas. Um bom exemplo foi dado pelo prefeito Mário Covas, muitos anos atrás,  ao abolir a cobrança do bilhete de ônibus para idosos. O custo da medida para a prefeitura foi/é quase igual a zero, beneficiou/beneficia muito justamente milhares e milhares de paulistanos todos os dias e é imensamente simpática.

Além do Cidade Limpa, iniciativa da primeira gestão Kassab, que transformou a nossa cidade, há uma série de outras medidas que podem melhorar muito a qualidade de vida dos paulistanos, repetindo: melhorar muito.

Lá vão elas. Não se assustem. Não custam caro!!!

A poluição visual foi impiedosamente derrotada. Entretanto, muito mais nefasta do que a poluição visual é a poluição sonora, todo tipo de poluição sonora. O barulho do trânsito pesado de uma avenida, logicamente, incomoda. Mas o que incomoda mesmo é o barulho excessivo e irregular. E a irregularidade é cometida até mesmo pelas viaturas oficiais da polícia, corpo de bombeiros, carros de autoridades com sirenes  ensurdecedoras. Em relação a barulhos causados por veículos, ninguém deve escapar do controle/punição: o caminhão do gás, o vendedor de pamonha, o boyzinho de escapamento aberto, o carro de som que sai pelas ruas anunciando produtos do comércio local. Vale a pena lembrar que bares, boates e até mesmo shows oficiais promovidos nos Parques Públicos podem divertir/ entreter os freqüentadores, mas não podem tirar o sossego da vizinhança.

Após muitos anos fora do Brasil. morando na Europa e, salvo engano, até no Oriente, famoso articulista da nossa imprensa disse que se preparou com empenho para que na sua volta à Pátria não sofresse em demasia como o choque cultural a que seria submetido. Já devidamente instalado, confessou que o suposto choque cultural não ocorrera. Entretanto que não estava suportando era  o “choque dos decibéis” (expressão dele). Mesmo a construção civil, segundo ele, nos países por onde passou, utiliza técnicas de modo a poupar os cidadãos do barulho excessivo. Estacas, naturalmente, têm que ser colocadas no local da obra. O barulho é grande, mas dura pouco.  Já as serras-elétricas, usadas durante toda a construção, deveriam ser proibidas em bairros residenciais e comerciais. As peças já chegariam no tamanho certo nas obras. Imagino que o articulista se referia a isso, entre outras normas/medidas tomadas no exterior.

Como dá para ver, tecnologia mais legislação bem feita mais,  e ( principalmente), fiscalização eficiente dão conta de resolver esse imenso e devastador transtorno a que o Paulistano é submetido. Idéias para Fiscalização Eficiente, de uma maneira geral, serão dadas mais adiante.

O que os senhores vão  fazer para combater a poluição sonora, tão prejudicial à saúde de todos os paulistanos?

Outra providência urgentíssima é reconquistar o Espaço Público para o Público/ para o cidadão. Mostrar que quem faz lei é o Poder Público. É isso mesmo.!!! Aí o desrespeito é tanto que a coisa precisa ser tratada em sub itens.

Comerciantes fazem vitrines que avançam sobre as calçadas, além de muitas vezes exporem seus produtos fora dos limites de suas lojas. Esses mesmos comerciantes, certamente a pretexto de impedir que ambulantes se instalem diante de suas lojas, constroem floreiras de concreto sobre as calçadas. Constroem, edificam. O atrevimento é tanto, a certeza da impunidade é tal,  que eles deixam estateladas em concreto provas de suas irregularidades/arbitrariedades.

O que vai ser feito na sua administração???

Prédios, residências e   comércio têm todo o direito de colocar seu lixo nessas cestas de ferro.   Agora, ninguém tem o direito de construir essas cestas de ferro no meio da calçada ou junto ao meio fio, impedindo que passageiros e motoristas desçam dos carros estacionados.  Quem quiser construir essas cestas que as construa do lado de dentro de suas propriedades e combine sistemas de abertura com o lixeiro na hora de recolher o lixo.  Outra alternativa seriam cestas de ferro sobre rodinhas, com alguma corrente que as prendessem  junto à grade do imóvel.  Essas cestas  seriam colocadas uma hora antes de o  lixeiro passar e recolhidas uma hora após a retirada do lixo.  Do jeito que está, atrapalhando 24 horas por dia o trânsito de pedestres,  o embarque e desembarque de passageiros dos automóveis, é que não pode ficar.

Além de determinar a retirada desses cestos de lixo de ferro da área pública, precisa exigir que a calçada seja entregue exatamente como era antes de tal atrevimento.

Isso vai ser feito na sua administração???

E esses blocos de concreto gigantescos que ocupam grande parte de algumas calçadas, sobretudo diante de  Instituições Israelitas/ Judaicas.  Em frente ao Consulado Americano,  há algo semelhante.  No Jardim América, existe ou existia  também uma casa cuja calçada é/era  tomada por blocos parecidos.  Precisa explicar para Israelitas, americanos e o proprietário dessa tal casa  que a cidade tem legislação e que o país tem leis.  E quem quiser viver em S. Paulo, obrigatoriamente, tem que se submeter à legislação municipal e do País.  Como se diz:   Simples Assim.

Serão removidos esse blocos de concreto???  Quem vai arcar com o custo dessa remoção e recuperação das calçadas???

Coisas mais sutis, entretando, igualmente agressivas e abusivas.

Aquelas tabuletinhas  com luzes piscando colocadas na saída das garagens onde se lê – CUIDADO VEÍCULOS – são de UM ATREVIMENTO QUE NÃO TÊM TAMANHO.

Candidato – deixa eu entender –  um carro vai sair de uma garagem e para alcançar a rua, necessariamente, tem que passar pela calçada.   A calçada é para os pedestres se locomoverem.  O carro, vindo do nada,  tem que passar por uma área de pedestres – e quem tem que tomar cuidado é o pedestre???  É isso mesmo, candidato???  Talvez o senhor, como eu, considere isso  uma piada que já dura muito e determine  que dentro da garagem se coloque  um aviso   lembrando o motorista  de que ele vai passar pela calçada e precisa fazê-lo com todo o cuidado e responsabilidade, uma vez que o pedestre é que está concedendo a ele uma licença para trafegar ali.  Como o senhor sabe, essa   plaquinha/aviso  não surtirá efeito algum.  A solução é apelar para o bolso.   Precisa determinar que meio metro antes do início da calçada, dentro das garagens, sejam construídos quebra-molas que obriguem  o motorista a colocar a frente do carro na garagem a velocidade próxima de zero quilômetros por hora.

Isso ou algo semelhante vai ser feito???

Essas atrevidas plaquinhas – CUIDADO VEÍCULOS – serão exterminadas???

Nesse setor, ainda há outra afronta, o senhor há de concordar,  que chega a ser uma gracinha.  Alguns condomínios têm a petulância de colocar uma imitação de semáforo junto à calçada (em frente ao meu prédio, há um)  Em geral fica na luz verde.  Quando um carro começa a sair da garagem, acende uma luz vermelha.  Ou seja, pedestres e veículos que estão trafegando pela calçada e pela rua precisam estancar imediatamente.   Corrigindo, esse atrevimento não tem nada de gracinha, é Petulância Pura, da mais genuína e inacreditável.

Como é que ficam os  “semáforos desses xerifes” ???  Vão continuar???

Dez entre dez médicos recomendam uma caminhada pelo quarteirão após o jantar.   Não bastassem todos os absurdos acima, mais uma violência ao cidadão impede essa prática saudável.  O pedestre antes de ter caminhado um   quarteirão vai ser acometido por dor de cabeça insuportável.  Sobre o muro de cada casa ou condomínio,  há um jato de luz  fortíssimo  dirigido bem na altura  dos olhos de quem caminha sobre a calçada nos dois sentidos.  Essa luz fica apagada.  Quando o pedestre se aproxima, um censor dispara esse colírio…

Isso vai continuar sendo permitido???

Quem quiser iluminar a frente de sua propriedade pode fazê-lo com lâmpadas de potência/intensidade determinadas  por órgão competente, cujo foco/área de iluminação  esteja absolutamente parelelo ao piso da calçada – permanentemente aceso.  E, se possível, jamais utilizar as famigeradas lâmpadas do apagão.  Vetar a  lâmpada do apagão é Idiossincrasia minha???  Pode ser.  Mas um pouco de generosidade e elegância não fazem mal a ninguém.

Esses jatos de luz terão fim???

Os senhores têm motoristas 24 horas por dia, não têm esse problema.   Mas o munícipe (motorista ou pedestre) não encontra a numeração de prédios, comércios e casas. É impossível, cada número está em um lugar.  Precisa ser padronizado.  Número  no limite à esquerda (ou à direita da propriedade), a um metro e meio de distância do chão.   Das 18 hs, às 6 horas precisa estar iluminado.

É impressionante a criatividade de cada morador de esconder o número de sua casa, isto quando se dignam colocar o número. Nessa neurose obsessiva de medo que domina quase todos, muitos acham seguro simplesmente não exibir o número da casa. E o cidadão de dentro do carro vai guiando, procurando o número, ao invés de olhar para frente. Chega a ser ridículo!!!

O que vai ser feito a esse respeito??? Afinal, trata-se da segurança. 

Como é que o motorista pode guiar e caçar número ao mesmo tempo????

Talvez o  porquê de termos chegado a esse estado de agressão e violência deve-se sobretudo a um dos dois fatores abaixo.

As autoridades e respectivos assessores  que cuidam do assunto estão pouco se lixando para que o pedestre seja respeitado.  Seria um caso de desprezo, puro e simples.

As autoridades estão assaz preocupadas  e são de sensibilidade tocante no que diz respeito ao bem estar da população. Entretanto não percebem coisa alguma por razões bem simples: Jamais andam a pé.

Andam de carro, quando não de helicópteros,  com aqueles vidros nigérrimos, muitas vezes com sirenes ligadas e batedores.

O que acontece de fato para que o cidadão, sobretudo o pedestre, seja tão desrespeitado??

Como será na sua administração???

Dizem que um bom gerente é o gerente que sai de sua cadeira.

Excelências, suponho falar em nome de milhões, com a sensibilidade que os senhores têm para exercer a vida pública, não podem e não devem ficar restrito aos seus gabinetes, confiando em relatos de subordinados.  Precisam, isso sim, ir à rua anônima e discretamente  para verem com seus próprios olhos o que de errado existe por aí.

Os ambulantes, todo mundo sabe, estão irregularmente sobre as calçadas lutando para sobreviver. É compreensível e até louvável uma certa tolerância com eles. Agora, o direito de o cidadão, seja ele rico ou pobre, se locomover pelas calçadas é inalienável. Assim sendo, o ideal era haver empenho efetivo da prefeitura, associações de comércio e lideranças locais de arranjar áreas vagas para instalar ambulantes. Talvez conseguir terrenos vagos, isentar os proprietários de IPTU e instalar os camlôs nessas áreas.  Eventualmente, instalar até em prédios ou casas fechadas, propiciando algum benefício para os proprietários.

Será feito algo para que o pedestre, seja ele rico ou pobre, possa caminhar livremente pelas calçadas???

Ainda a respeito de comerciantes/comércio regularmente estabelecidos. É inconcebível que em ruas de comércio de trânsito intenso como a Teodoro Sampaio – em Pinheiros – (certamente isso acontece em diversas ruas comerciais da cidade) seja permitido o estacionamento,  com ou sem zona Azul. Se isso favorece o comércio local, prejudica imensamente toda a população. Não dá para entender uma rua de trânsito intenso onde há uma pista exclusiva para ônibus, apenas  uma para automóveis e outra para estacionamento. Por mais que se esforce, uma pessoa de inteligência razoável, e bom senso idem, não vai conseguir entender. Isso sem contar que nas transversais dessas ruas – onde em geral o estacionamento é permitido com cartão de zona azul – sobram vagas o dia inteiro.

O estacionamento continuará sendo permitido nessas ruas de grande fluxo de carrros???

Já que o assunto é zona Azul, lá vai sugestão de medida quase tão simpática quanto a do prefeito Mário Covas isentando velhinhos de pagar condução. Trata-se de providência extremamente justa que irá, inclusive, propiciar um clima de cordialidade entre os paulistanos. Determinar que não haja mais necessidade de se colocar a placa do veículo no Cartão da Zona azul. Assim sendo, se eu estacionei por quinze minutos na Zona Azul e não vou mais estacionar o carro na próxima hora, eu posso ser cordial e oferecer o meu cartão para o proprietário do carro que está estacionando e que, muito provavelmente, também não usará mais do que quinze ou vinte minutos do tempo a que o mesmo cartão ainda dá direito.

Prezados candidatos, idéia tão simpática quanto a medida do prefeito Mário Covas de isentar velhinhos de pagar ônibus eu não consigo lhes oferecer. Entretanto, essa do cartão de zona Azul “reaproveitável” não é de se jogar fora, hein!!! Por falar em jogar fora, ainda há o aspecto ecológico da coisa: economia de papel, celulose, produtos químicos de impressão, diminuição de lixo. Vou lhes confessar uma coisa, caros candidatos. Essa idéia não é minha. Logo que surgiu a Zona Azul, o usuário não precisava colocar a placa do carro e os cartões eram reaproveitados. Nessa época, era comum se presenciar cenas de camaradagem entre os motoristas que estavam saindo e os que estavam chegando na Zona Azul.

Os munícipes motoristas vão poder dar o talão, parcialmente usado, para outro motorista que esteja chegando na sua eventual administração???

Sobre calçadas para pedestres, o senhor vai   acabar com esses balcões de Valets Parking (ridículo ter que escrever em Inglês)????.
O restaurante pode oferecer esse serviço, mas não pode ocupar a calçada e, menos ainda, determinar a proibição de se estacionar em frente ao seu estabelecimento. Reiterando, cabe à prefeitura fazer leis e escolher onde se pode e onde não se pode estacionar.

Essa próxima idéia/sugestão de medida visa até mesmo a segurança.

Por falar em neurose obsessiva de medo, que saudades dos tempos em que se encontrava um amigo no trânsito, acenava para ele e falava um pouco mais algo qualquer coisa. Com o insufilme (nem sei como se escreve e meu dicionário não traz a palavra), acabou tudo isso!!! Meu carro não tem insufilme. Espero que quando for comprar carro novo essa praga de insufilme não venha compulsoriamente grudada no vidro.

Aliás, a lei permite esses vidros fúnebres nos carros????

Ou, como diria minha professora de francês, existe uma lei, mas não pegou???

Não é uma boa hora de fazer essa lei pegar???

O senhor vai permitir que esses vidros nigérrimos, que impedem a condução do veículo com segurança, continuem sendo usados???

O carro do senhor e os carros de seus familiares  têm esses vidros???

Agora, o calcanhar de Aquiles de tudo isso: a fiscalização. Minha sugestão é que a Prefeitura e Sub-prefeituras tenham um corpo de fiscais polivalentes com poderes para efetivamente multar tudo o que estiver errado, determinar as providências, dar prazos e voltar a multar, sempre em progressão aritmética ou até mesmo geométrica, caso as providências não tenham sido tomadas.

Prezados candidatos, acho que vale a pena reforçar o quanto mais puder esse calcanhar de Aquiles da Fiscalização. Ao mesmo tempo vai ser necessário aprimorar a legislação. Cá entre nós, diante do benefício de que todos usufruiremos, o esforço até que não é tão grande assim.

Quais as possibilidades de o senhor adotar esses fiscais polivalentes???

Agradecendo todas as providências que serão tomadas por quem for eleito, mesmo aquelas que exijam forças por demais hercúleas, aguardo resposta.

Atenciosamente

Paulo Mayr
Cidadão paulistano desde 1954 – ano do 4. Centenário de S. Paulo

Inferno Sem Qualquer Limite

Alguns conhecidos de boa conversa em um lugar que costumo frequentar sentam-se sempre à uma mesa praticamente dentro da caixa de som que amplifica o piano e a voz do cantor.  Cantor, aliás, que pensa ser o astro do Scala de Milão.

Trata-se de belíssimo prédio moderno, Tombado pelo Patrimônio Histórico,  em concreto aparente e vidro.  Assim, o inferno do som do  Pavarotti da Zona Oeste paulistana multiplica-se infinitamente.

Há pouco, nessa mesa, além dos  assíduos, estava uma senhora italiana.   Ela não largava o “aifóde” e não dirigia o olhar para nada além da tela; ao mesmo tempo, repetia cantarolando palavra por  palavra o que frustrado Pavarotti gritava.

Menos de um minuto apos ter me sentado, pedi licença e fui-me embora.

Frase minha:  O som ambiente só faz infernizar o ambiente.

No inferno profissional de hoje, com Pavaroti e tudo,  ainda tinha uma Diaba Velha que Digitava e Cantarolava!!!

Tá Todo Mundo Surdo. E, pior, gritando!!!

Roqueiro Ozzy Osbourne, em uma longa entrevista publicada pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung”,  disse  que está praticamente surdo “depois de 40 anos recebendo decibéis na cara em cima dos palcos.  Só entendo as coisas quando falam  comigo de frente.  Minha mulher, Sharon, fica louca porque ou não entendo nada ou entendo mal”. De quebra, confessou ter pavor de altura “não posso subir em uma escada portátil que tenho vertigem”.

Salvo engano,  os decibéis desprendidos de uma banda dessas equivalem a de um avião a jato decolando.  O inferno deve ser bem menos incômodo.

Embora não seja otorrino, suponho e li em algum lugar que walk man, ipodes, mp3 também  prejudicam barbaramente a audição.

Como hoje estou cheio de suposições, lá vai mais uma.  Suponho estar aí –   som no último volume  direito no tímpano – a causa de ter tanta gente surda hoje em dia.  Ficar surdo, como se vê, foi opções delas.  Problema é que ninguém mais sabe conversar sem gritar.  Some-se a isso o som ambiente obsessivo no planeta e se chegará a conclusão de que barulho de turbina é valsa para ouvidos dos búfalos.

Três frases minhas para terminar.

O som ambiente só faz infernizar o ambiente.

Crianças, velhos e pessoas sem educação falam alto.

Meu sonho: ser milionário, dar um walkman* para cada um  e desligar a música compulsória e compulsiva do planeta.

(*ipod, mph3 – seja lá o que for)

Carta (não respondida) para Marta e Kassab

Mandei através de email a Carta abaixo para os dois candidatos a prefeito no 2. Turno da cidade de S. Paulo. Confirmei com os assessores de Imprensa de ambos o recebimento. O Assessor de Marta deixou recado na secretária dizendo que não conseguiu responder “por conta da grande demanda dos meios de comunicação”. A equipe de Kassab não deu qualquer satisfação. Vou votar em um dos candidatos. Agora, candidatos, cujas equipes não conseguem tempo, para responder uma carta, sei não…

Suponho que o eleitor e leitor do Boca no Trombone gostaria de ver respondidos/comentados as sugestões abaixo. Uma pena!!!

De qualquer forma, posso propor um exercício. Quem quiser, diga – através dos comentários – o que gostaria que o eleito faça a respeito do que foi aqui levantado.

É isso aí, bote a boca no Trombone, para isso que ele existe.

Boa eleição para nós todos.

São Paulo, Vésperas do 2. Turno

Prezados Candidatos Gilberto Kassab e Marta Suplicy:

Cordiais saudações.

Quando o dinheiro é curto – e isso é crônico no nosso carente país -, os bons administradores devem ser capazes de lançar mão de medidas inteligentes e simpáticas. Um bom exemplo foi dado pelo prefeito Mário Covas ao abolir a cobrança do bilhete de ônibus para idosos. O custo da medida para a prefeitura foi/é quase igual a zero, beneficiou/beneficia muito justamente milhares e milhares de paulistanos todos os dias e é imensamente simpática.

Além do Cidade Limpa, iniciativa da atual administração, que transformou a nossa cidade, há uma série de outras medidas que podem melhorar muito a qualidade de vida dos paulistanos, repetindo: melhorar muito.

Lá vão elas. Não se assustem. Não custam caro!!!

A poluição visual foi impiedosamente derrotada. Entretanto, muito mais nefasta do que a poluição visual é a poluição sonora, todo tipo de poluição sonora. O barulho do trânsito pesado de uma avenida, logicamente, incomoda. Mas o que incomoda mesmo é o barulho excessivo e irregular. E a irregularidade é cometida até mesmo pelas viaturas oficiais da polícia, corpo de bombeiros, carros de autoridades com sirenes absolutamente ensurdecedoras. Em relação a barulhos causados por veículos, ninguém deve escapar do controle/punição: o caminhão do gás, o vendedor de pamonha, o boyzinho de escapamento aberto, o carro de som que sai pelas ruas anunciando produtos do comércio local. Vale a pena lembrar que bares, boates e até mesmo shows oficiais promovidos nos Parques Públicos podem divertir/ entreter os freqüentadores, mas não podem tirar o sossego da vizinhança.

Após muitos anos fora do Brasil morando na Europa e, salvo engano, até no Oriente, famoso articulista da nossa imprensa disse que se preparou com empenho para que na sua volta à Pátria não sofresse em demasia como o choque cultural a que seria submetido. Já devidamente instalado, confessou que o suposto choque cultural não ocorrera. Entretanto que não estava suportando o “choque dos decibéis” (expressão dele). Mesmo a construção civil, segundo ele, nos países por onde passou, utiliza técnicas de modo a poupar os cidadãos do barulho excessivo. Estacas, naturalmente, têm que ser colocadas no local da obra. O barulho é grande, mas dura pouco Já as serras-elétricas, usadas durante toda a construção, deveriam ser proibidas em bairros residenciais e comerciais. As peças já chegariam no tamanho certo nas obras. Imagino que o articulista se referia a isso, entre outras normas/medidas tomadas no exterior.

Como dá para ver, tecnologia mais legislação bem feita mais ( e, principalmente,) fiscalização eficiente dão conta de resolver esse imenso e devastador transtorno a que o Paulistano é submetido permanentemente. Idéias para Fiscalização Eficiente, de uma maneira geral, serão dadas mais adiante.

Outra providência urgentíssima é reconquistar o Espaço Público para o Público/ para o cidadão. Mostrar que quem faz lei é o Poder Público. É isso mesmo. Aí o desrespeito é tanto que a coisa precisa ser tratada em sub itens.

Comerciantes fazem vitrines que avançam sobre as calçadas, além de muitas vezes exporem seus produtos fora dos limites de suas lojas. Esses mesmos comerciantes, certamente a pretexto de impedir que ambulantes se instalem diante de suas lojas, constroem floreiras de concreto sobre as calçadas. Constroem, edificam. O atrevimento é tanto, a certeza da impunidade é tal que eles deixam estateladas em concreto provas de suas irregularidades/arbitrariedades.

Os ambulantes, todo mundo sabe, estão irregularmente sobre as calçadas lutando para sobreviver. É compreensível e até louvável uma certa tolerância com eles. Agora, o direito de o cidadão, seja ele rico ou pobre, se locomover pelas calçadas é inalienável. Assim sendo, o ideal era haver empenho efetivo da prefeitura, associações de comércio e lideranças locais de arranjar áreas vagas para instalar ambulantes. Cá entre nós, não sou capaz de oferecer idéia alguma além dessa.

Ainda a respeito de comerciantes/comércio regularmente estabelecidos. É inconcebível que em ruas de comércio de trânsito intenso como a Teodoro Sampaio – em Pinheiros – (certamente isso acontece em diversas ruas comerciais da cidade) seja permitido o estacionamento com ou sem zona Azul. Se isso favorece o comércio local, prejudica imensamente toda a população. Não dá para entender uma rua de trânsito intenso onde haja uma pista exclusiva para ônibus, uma para automóveis e outra para estacionamento. Por mais que se esforce, uma pessoa de inteligência razoável, e bom senso idem, não vai conseguir entender. Isso sem contar que nas transversais dessas ruas – onde em geral o estacionamento é permitido com cartão de zona azul – sobram vagas o dia inteiro.

Já que o assunto é zona Azul, lá vai sugestão de medida quase tão simpática quanto a do prefeito Mário Covas isentando velhinhos de pagar condução. Trata-se de providência extremamente justa que irá, inclusive, propiciar um clima de cordialidade entre os paulistanos. Determinar que não haja mais necessidade de se colocar a placa do veículo no Cartão da Zona azul. Assim sendo, se eu estacionei por quinze minutos na Zona Azul e não vou mais estacionar o carro na próxima hora, eu posso ser cordial e oferecer o meu cartão para o proprietário do carro que está estacionando e que, muito provavelmente, também não usará mais do que quinze ou vinte minutos do tempo a que o mesmo cartão ainda dá direito.

Prezados candidatos, idéia tão simpática quanto a medida do prefeito Mário Covas de isentar velhinhos de pagar ônibus eu não consigo lhes oferecer. Entretanto, essa do cartão de zona Azul “reaproveitável” não é de se jogar fora, hein!!! Por falar em jogar fora, ainda há o aspecto ecológico da coisa: economia de papel, celulose, produtos químicos de impressão, diminuição de lixo. Vou lhes confessar uma coisa, caros candidatos. Essa idéia não é minha. Logo que surgiu a Zona Azul, o usuário não precisava colocar a placa do carro e os cartões eram reaproveitados. Nessa época, era comum se presenciar cenas de camaradagem entre os motoristas que estavam saindo e os que estavam chegando na Zona Azul.

Voltando ao Espaço Público para o Público do qual a Zona azul me afastou por uns pares de parágrafos. Determinar e dar prazo muito curto para que todos os condomínios/comerciantes retirem essas imensas cestas de ferro que instalaram junto ao meio fio para colocar lixo. Trata-se de verdadeira afronta, tanto ao pedestre que precisa ficar desviando quanto para o motorista que estaciona o carro e não consegue abrir a porta. Além de determinar a retirada, exigir que a calçada seja entregue exatamente como era antes de tal atrevimento. Quem quiser pode e até deve construir esses cestos. Entretanto, esses cestos precisam obrigatoriamente estar dentro do terreno do condomínio, talvez com um dente na grade frontal (dente para o lado de dentro, naturalmente. Os espertinhos imediatamente vão pensar em fazer um barrigão sobre a calçada, é lógico.!!!!!!) No meu prédio (é apenas uma coincidência pq não sou síndico) existe essa cesta colocada dentro do terreno do condomínio. Mas tenham a certeza de que se essa cesta estivesse sobre a calçada, na ata da primeira reunião de condôminos após o fato, já haveria registro de protesto de minha parte.

Ainda sobre calçadas para pedestres, acabar com esses balcões de Valets Parking (ridículo ter que escrever em Inglês). O restaurante pode oferecer esse serviço, mas não pode ocupar a calçada e, menos ainda, determinar a proibição de se estacionar em frente ao seu estabelecimento. Reiterando, cabe à prefeitura fazer leis e escolher onde se pode e onde não se pode estacionar.

Essa próxima idéia/medida visa até mesmo a segurança. Determinar e dar um prazo para que a numeração de todos os imóveis da cidade esteja uniformizada. Assim sendo, todas as casas, prédios, lojas no limite do lado direito (pode também ser o esquerdo) a uma determinada altura do chão – 1,50 metros acho que está de bom tamanho – tragam a numeração uniforme. Nos lugares de maior poder aquisitivo, esses números devem ser iluminados desde o fim da tarde até o início da manhã. Faça uma experiência e tente chegar a uma casa pela primeira vez durante a noite e mesmo durante o dia. É impressionante a criatividade de cada morador de esconder o número de sua casa, isto quando se dignam colocar o número. Nessa neurose obsessiva de medo que vivemos, muitos acham seguro simplesmente não exibir o número da casa. E o cidadão de dentro do carro vai guiando, caçando número, ao invés de olhar para frente. Chega a ser ridículo!!!

Por falar em neurose obsessiva de medo, que saudades dos tempos em que se encontrava um amigo no trânsito, acenava para ele e falava um pouco mais algo qualquer coisa. Com o insufilme (nem sei como se escreve e meu dicionário não traz a palavra), acabou tudo isso!!! Meu carro não tem insufilme. Espero que quando for comprar carro novo essa praga de insufilme não venha compulsoriamente grudada no vidro. Aliás, a lei permite esses vidros fúnebres nos carros???? Ou, como diria minha professora de francês, existe uma lei, mas não pegou??? Não é uma boa hora de fazer essa lei pegar, como diria o nosso ex-presidente, agora senador Collor de Melo: “Duela a quem duela”???

Finalmente, não seria justo que todo mundo tivesse o direito de fumar desde que não estivesse em ambiente fechado???? É aquela história: ao se permitirem e se estabelecerem áreas de fumantes e não fumantes, aos não fumantes – em todos os restaurantes de que me lembre (exceto no fabuloso Camelo) – couberam os piores lugares. Há algum tempo, ouvi uma jornalista da Rádio Band News observar exatamente isso: não fumantes sempre com a pior área nos restaurantes. Sem contar que não é uma mera plaquinha onde se lê fim da área de fumantes – que vai impedir a fumaça de passar para o outro lado. Só rindo mesmo!!! No Camelo há uma sala completamente isolada só para fumantes fumarem enquanto comem e tossirem a vontade. Olhar a nuvem de fumaça que se forma na famigerada sala dá pena

Agora, o calcanhar de Aquiles de tudo isso: a fiscalização. Minha sugestão é que a Prefeitura e Sub-prefeituras tenham um corpo de fiscais polivalentes com poderes para efetivamente multarem tudo o que estiver errado, determinar as providências, dar prazos e voltar a multar, sempre em progressão aritmética ou até mesmo geométrica, caso as providências não tenham sido tomadas.

Prezados candidatos, acho que vale a pena reforçar o quanto mais puder esse calcanhar de Aquiles da Fiscalização. Ao mesmo tempo vai ser necessário aprimorar a legislação. Cá entre nós, diante do benefício de que todos usufruiremos, o esforço até que não é tão grande assim.

Agradecendo todas as providências que serão tomadas por quem for eleito, mesmo aquelas que exijam forças por demais hercúleas, aguardo resposta.

Boa sorte nas Eleições e que vença o melhor para a Cidade!!!

Atenciosamente

Paulo Mayr
Cidadão paulistano desde 1954 – ano do 4. Centenário de S. Paulo