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Peróla do Pedro Bial

O de sempre, para não perder o início das séries da Globo, tenho que suportar Big Brother ou fim de novela.

E hoje a pérola ficou por conta de Pedro Bial:

– “Muito mais difícil do que ser brother é ser pai ou mãe de brother” – Pedro Bial no encerramento do Big Brother, há pouco.

Certamente o mundo nunca mais será o mesmo depois de termos tomado conhecimento disso!!!  Aliás, nem sei se vou conseguir dormir…

Fui de Trem a Jantar Sofisticado Por Causa do Bafômetro

Sábado, voltei àquele  jantar perfeito ao qual havia ido antes do Natal.  Dessa vez, estava tal qual tempo de verbo – MAIS QUE PERFEITO, já que, além do cardápio muito equilibrado, havia vinhos para combinar com cada prato  servido, inclusive a sobremesa.

Como disse  na minuciosa descrição que fiz, além de delicioso – ainda mais agora com vinhos -, o preço é super camarada.

Preço camarada + Lei do Bafômetro poderia(m) me atirar em  armadilha.

O taxi de ida e volta – e olha que a distância nem é tão longa assim – certamente teria custado muiiiito mais caro do que todo o jantar.

Para não cair na armadilha/paradoxo, não tive dúvida: peguei  metrô até a estação Barra Funda.  Adivinhe como  venci a segunda parte da jornada!!!

– Adivinhe, pense um pouco mais….

– Pensou???

Peguei trem e desembarquei a cerca de 300 metros  do prédio da anfitriã.  Se o trem estivesse muito lotado,  pegaria mesmo um taxi.  Mas estava vazio, foi rápido e super confortável.

Econômico e muito prudente para cumprir a lei.  Mas, convenhamos, o exagero dessa lei nos submete a situações surreais.

Repito a pergunta.

Quem oferece mais risco, eu depois de beber quatro taças de vinho, ou a Avó do meu amigo que aos  80 anos atropelou um ciclista à noite e nem se deu conta do fato???  Se quiser ler detalhes do episódio da avó do meu amigo,  clique.

Se quiser ler sobre o  esses jantares,  que deverão ser mensais,  clique aqui

Estava conformado em morrer com a grana do taxi da volta,  mas duas convidadas (uma delas era a motorista e não bebeu) me deixaram em casa.

Menos mal, menos paradoxal e menos surreal!!!

Lacto Purga Encontra Estilo Perfeito Para Publicidade

Sem dúvida alguma, a publicidade brasileira é muito boa.  Competente, sempre descobre o veículo adequado  para veicular os produtos que anuncia.

Assim, causou-me espanto ter demorado tanto tempo para que se percebesse a identidade total entre a música,  a maneira de cantar  dessas duplas “sertanejas/popularescas”  e  produtos relacionados a prisão de ventre/ou desaranjos nesse setor da anatomia humana.

Mas é óbvio  que esse “achado logo ia mesmo ser achado/encontrado”.

Uma dessas duplas, ou imitação dessas duplas, como ouvi agora na Band News ou na CBN, anuncia com seus gemidos característicos  o remédio Lacto Purga.  Parabéns a quem descobriu esse óbvio que pinga na área há algumas décadas.  É gol ( sem os gemidos, pelo amor de Deus!!!)

Tartaruga e Avião A Jato – Céu e Inferno

Ontem, por volta do meio dia, saí, de carro,  da Pedroso de Morais com Teodoro, em Pinheiros.  Às 13, 30 hs,  chegava à Rua  Conselheiro Brotero com Alameda Barros, Santa Cecília( distância percorrida: cerca de três, quatro quilômetros)*.  Precisava estar às 15 em Travessa da Lins de Vasconcelos.  Da Estação Marechal Deodoro à Esação Vila Mariana do Metrô, fazendo baldeação na Sé, demorei 20 minutos (distância percorrida, aproximados 15 quilômetros)*  Caminhei  trecho razoável de um quilômetro e pouco e cheguei com atraso civilizado.

*As duas distâncias mencionadas são simples chutes.

Acabou o Sossego, Começou o Festival de Mau Gosto

Acabou janeiro, acabou o trânsito paradisíaco em S. Paulo.  E tão grave quanto, esse ano o carnaval  cai no começo de fevereiro.  Ou seja, 2013 “vai começar” em 10 dias.

Entretanto, a gracinha sem graça (mau gosto mesmo) de jovens calouros(as) universitários(as) bonitos(as) pedindo dinheiro nos semáforos já tá à  toda.

Colo parte do que escrevi na mesma ocasião ano passado:

Não dá para acreditar que universitários do século 21 ainda achem engraçado/divertido colocar colegas calouros para ficar perambulando entre carros, ambulantes e mendigos em nome de uma brincadeira absolutamente extemporânea, inoportuna e de mau gosto.

Frase minha sobre o fato:

O que se pode esperar de um país cujos jovens universitários obrigam seus colegas calouros a disputar esmolas com mendigos nos semáforos?

Triste e sem a menor graça!!!

Talvez a explicação seja aquela muito usada aqui, de domínio público:  a natureza limitou a inteligência, mas não limitou a burrice.

Vale lembrar que, para marcar o final das aulas em 2012, a “galera das faculs” do Mackenzie interrompeu o trânsito na Maria Antônia em Pleno Horário de Pico pelo menos duas vezes.  Se quiser ler, clique 1 , clique2

Mais uma vez:  a natureza limitou a inteligência, mas não limitou a burrice.

Ora,  essa burrice se repete  há décadas;  e eu não  posso  reproduzir duas vezes o que diz  a sabedoria popular???

BBB 13 – Na Visão de Psiquiatra – Por Armando de Oliveira Neto*

Mais uma vez, o Boca e eu recorremos ao amigo, psiquiatra, Armando de Oliveira Neto, para tratar de assunto que exige especialista de sua área.  A saber:  Big Brother e audiência de Big Brother.

Armando já havia me mandado o texto.  Comentei algo por email e ele me mandou esse primeiro parágrafo para funcionar como abertura.

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O texto procura dar uma leitura de raio-X nessa questão,  pois entendo que ela é gravíssima,  ultrapassando qualquer leitura estética ou moral.
Não se trata de entender que o programa seja uma afronta à educação, aos bons modos, à moral ou uma aula de erotismo vulgar e de mau gosto.
É um silencioso solapar do que o ser humano pode ter de mais sagrado e intocável: o seu mundo privado.
Outras atividade assim chamadas de modernas, relacionadas à informatização, também cumprem esse papel de instrumento de poder de um Estado Global Econômico, abusador e repressor, no mínimo, para economia de palavras..  Ultrapassa as fronteiras do horário dedicado ao programa e estende-se para o futuro, deixando-nos, certamente, uma herança maldita.
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Caro Paulo, agradeço, mais uma vez, sua gentileza em disponibilizar o “Boca” para apresentar algumas reflexões, agora, referentes ao programa televisivo BBB 13.

O termo Big Brother deve ter sido originado a partir do romance de George Orwell, “1984”, guardando uma “pequena” grande diferença, se assim for, com o mesmo, demonstrando um profundo desconhecimento da literatura ou, na melhor das hipóteses, uma postura sarcástica… e de mau gosto.

Explicando-me: a essência do “1984” é a perda da privacidade do cidadão em nome de uma presença do Estado totalitário, representado pelo que seria o Presidente mundial, o Grande Irmão, e exercido pela vigilância diuturna de cada um.

Assim,  não haveria mais espaço para a intimidade, a privacidade e a solidão tão necessárias, pelo menos, para o indivíduo estar consigo mesmo.

Outros romances denunciaram esse tema, como “Admirável Mundo Novo”, “A Fuga de Ryan”, “Fahrenheit 453 com o mesmo questionamento: o direito inalienável à privacidade.

O programa BBB 13 entra em rota de colisão, em absurda contramão, com a proposta desses autores: a inexistência da privacidade.

Voyeurismo à parte, espero, possivelmente de forma ingênua, que o mínimo que um veículo de comunicação possa ter é um compromisso social/político/econômico para com a sociedade.

Desta forma o programa transforma-se, não em um meio de diversão, de entretenimento, mas sim em um instrumento do poder de Estado.
A diferença, em minha opinião, é que o Estado de hoje não é de natureza Política, mas sim Econômica: o Grande Irmão de hoje é o perverso sistema econômico/financeiro capitalista globalizado, matéria que poderá ser desenvolvida em outra oportunidade.

A banalização da sexualidade, do erotismo e do grotesco parece-me secundária, à semelhança do pane et circus, se confrontado com o “ensinamento” dado aos telespectadores: o esgarçamento dos valores individuais que se reportam à noção da diferenciação do que é meu e do que é do Estado.

É a contribuição do BBB 13 ao Brasil para a construção do nosso “1984”, aqui e agora.

Mas ele não está só, pois é acompanhado pelos Orkut, Facebook, telefones com GPS… da mesma forma e em nome de explicações e justificativas que considero ofensivas à minha mínima capacidade de pensar.
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Mesmo com explicação de psiquiatra, eu não consigo entender como prospera esse tipo de coisa.  Como tem tanta gente que desperdiça  tempo com esse nada absoluto.

Querendo ler mais esclarecedores artigos do Armando aqui no Boca, clique

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*Armando de Oliveira Neto
Médico Psiquiatra Aposentado do Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica
Do Hospital do Servidor Público Estadual
Médico Assistente do Hospital Infantil Cândido Fontoura
Professor/Supervisor pela Federação Brasileira de Psicodrama