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Hora do Cafezinho ou do Almoço – Mas o Estresse Não Os Deixa em Paz

Muito chato estar tomando café ou almoçando e ouvir aqueles papinhos  de jovens profissionais com colegas ou chefes passando conceitos e outras babaquices do mundocorporativo, ou até mesmo fofocas de trabalho.

Se fossem dois bilionários, um comprando a siderúrgica, ou estaleiro,  do outro,  até poderia ser interessante.  Mas as fofocas são puro estresse e acabam com o almoço e até mesmo com o simples cafezinho.

“Cercado de Estresse Por Todos os Lados”*

No meio da manhã, comentava com um amigo que não aguento mais, entre todos os estresses que me acometem, o estresse pelo excesso de tecnologia, senhas, cartões disso, cartões daquilo, entre outros infernos.

Irônico, meu amigo sugeriu-me algo como, não me recordo bem,  mudar-me para algum afluente da margem esquerda do Rio Amazonas (margem esquerda é mais longe de S. Paulo que margem direita), ou até mesmo mudar de Planeta.

Pois bem, recomendaram-me que assistisse uma palestra sobre Fundos de Investimentos em TV via Internet (é assim que se chama???).  Aplicado que sou,  dez minutos antes,  acionei a coisa.  No horário em que era para começar, não começava.  Quando começou,  o som fazia um eco do outro mundo.  Uma pena porque o que falavam os quatro palestrantes ( o eco os transformou em oito palestrantes) parecia muito bom.  Infelizmente, não dá para tampar o ouvido que ouve o eco e ficar escutando só com o ouvido que ouve a fala que causa o eco.

Desliguei e agora escrevo a respeito.

* Em tempo, cercado por todos os lados  é um pleonasmo.  Nesse exato momento,  uma sirene toca e não consigo continuar meu raciocínio.  Tinha algo interessante para contar sobre cercado por todos os lados.  Aliás,  meu almoço foi acompanhado por britadeira e marretas da vizinha de prédio que está trocando o piso da área de Serviço.  E a sirene continua e eu não consigo me lembrar do que queria dizer sobre cercado por todos os lados menos por um.

Sirene:  o que adianta o cara ligar a sirene e não desligar se ele está preso no trânsito???

Dá para parodiar a música:  Tristeza não tem fim/Felicidade, sim.

Ficaria assim:  Estresse não tem fim/ Sossego, sim!!!

É a barbárie!!!

Quiser ouvir a música e continuar a Paródia. Eu apenas “plagiei” o título.  Clique e ouça

Petulância Tem Limite e o Petulante Sabe Disso

Quantas e quantas vezes, seguranças de condomínios,  ou mansões, que mais se parecem armários dentro de  ternos e óculos  pretos,  não saltaram na frente de seu automóvel  para você estancar  e o patrão deles deslizar de dentro da garagem para a rua; lógico,  em carros também negros com vidros nigérrrimos???

Pois eu não paro mesmo;  e se a paixão e/ou submissão ao patrão for tamanha que ele não deixe espaço para eu continuar meu caminho, eu meto a mão na buzina e toco em frente.  Problema não é meu.

Os não tão ricos, mas igualmente arrogantes,  ao invés de seguranças armários, têm apenas alarme que dispara quando eles estão saindo da garagem. Quem tiver na calçada que desapareça.   Eu não altero o meu passo,  em hipótese alguma.

Bem, explicando, ainda não alterei.  Mas se  algum dia esses segundos  ficarem ricos de verdade e também tacarem  armários em ternos pretos  para bloquear pedestres na calçada, talvez não me reste alternativa.  Mas sou bem capaz de desviar para a rua e continuar no meu passo, fazendo motorista e o “pseudo doutor” esperarem.  Afinal, a barbárie ainda não se instalou de vez.  Se um segurança encosta a mão em um pedestre, por esse motivo,  é confusão pra mais de metro.

Certamente se aparecer  cidadão  que se recusa a admitir que automóveis tenham prioridade na calçada,  os seguranças vão ser “generosos” e “permitir” que ele prossiga seu caminho.  Afinal   é melhor o patrão se conformar, ainda que indignado, esperar o pedestre terminar a heresia dele de andar sobre a calçada no passo que desejar,  do que ir, junto com motorista, segurança,  pedestre, zelador, síndico do prédio, todos entuchados/socados  no Camburão,   para a Delegacia do Bairro.

É isso mesmo o Facebook???

Já estou até me entendendo um pouco com o Tal do Facebook.

Como eu disse, entendendo-me  um pouco.  Assim sendo, pergunto:

O Facebook não é uma  gigantesca praça  universal onde a maioria das pessoas fica falando/tc (como acham legal dizer – tc significa teclando) fofocando frivolidades???

Certamente trata-se de ferramenta útil, mas o que vejo, o que leio….

Gostaria muito de estar enganado e que alguém me explicasse:

– Clica em tal canto de tal página do Face (chamar de face, então…)  e você vai ficar absolutamente atônito!!!

Por enquanto, para dar cadência com atônito, o que queria mesmo era soltar um bomba atômica em considerável parte do que leio/vejo ali!!!

Socorro, alguém me diga que eu não captei o essencial desse esplendor do século 21!!!

O Órgão Sensível de Todo Mundo e o Terror da “Chave Na Mão”!!!

Lógico que às sextas-feiras sempre cheguei bem tarde em casa.

Antes da doença do meu pai, nos agitos.  Durante a doença do meu pai, plantões no hospital!!!

Naturalmente, a morte do meu pai mudou tudo isso.  A grande extravagância das sextas-feiras passou a ser assistir ao Globo Repórter (aliás, daqui a pouco, tô lá; a coisa promete imagens deslumbrantes, para sonhar ver ali cara a cara).

Bem, tudo isso para dizer que nas primeira e segunda  “sexta-feira caseira”, barulho que vinha do buteco da esquina infernizava meu jantar e não me deixava ouvir o Sérgio Chaplein no  Globo Repórter.  Interfonei para vizinha e ela me disse que toda sexta-feira era isso.

Deixa eu entender, como dizia ex-namorada, toda sexta-feira era isso e centenas de pessoas ao redor do buteco se conformavam???

Imediatamente liguei para a Polícia Militar; fone 190.

Fui muito bem atendido, expliquei o que acontecia.  Resultado: sexta-feira seguinte e todas as próximas, há mais de dois ou três meses, não houve (e não se ouve –  perdão pelo trocadilho)  o mais mínimo ruído.

Sabem por que???  As pessoas tem um único órgão sensível: o bolso.  E também não gostam de chaves na mão. Explico:  chave do xadrez  na mão do sargento que vai atender a ocorrência.

Direito aviltados, fiquem sabendo: 190 e, como diria Aracy de Almeida, estamos conversados!!!

Ops, o Globo Repórter já começou.  Lá vou eu!!!

 

Antes, uma Sala, Praticamente Reservada, para o que Hoje se Faz aos Gritos no Meio da Rua!!!

No querido e saudoso bar/restaurante Spazio Pirandello dos igualmente queridos – e  saudoso – Antônio Maschio e Vladimir Soares, havia uma sala menor na frente que era menos  frequentada.  Todo mundo gostava de ficar na sala maior para ver o movimento e encontrar os amigos e conhecidos de bar.  Dizia-se que aquela primeira sala era para três coisas:

Começar a transa, transar a transa ou destransar a transa.

Há pouco, caminhando pela Alameda Barros,  em alto e bom som, a moça que estava meio metro à minha frente, pelo celular, é lógico,  dava o fora no namorado:

– Eu não quero mais saber de você, Caio. Vai  atrás de outra mulher.

Certamente o Caio também estava ao celular, no meio de um monte de gente, implorando para ela não ir ou mandando a dita cuja para a p.q.p!!!

Que saudades da elegância e sutileza dos tempos de Pirandello!!!

Chuva e Orgasmo

Uma gaiata anunciou: finalmente,  tive um orgasmo, mas descobri que era do tipo errado.

Isso para dizer que espero que essa chuva que caiu ontem ou anteontem  e cai agora na zona oeste  não tenha sido apenas  para me encharcar nos últimos 1500 metros da caminhada de volta pra casa, mas que tenha atingido também os pontos Gs do abastecimento de água.

Em tempo, logo mais vou ao teatro aqui perto, pretendo ir a pé, com guarda-chuva e bela botina de lavador de garagem.  E assim completo três dias sem usar o carro.

É a história   dita por autoridade de urbanismo e repetida aqui no Trombone:  logo mais o carro vai ser tão amaldiçoado quanto o cigarro.  Pelo jeito já estou nessa, tal como os dependentes de álcool/cigarro,   comemoro todos os dias, e um dia de cada vez,  que consigo me manter afastado do automóvel.