Arquivo da categoria: Crônicas

“Eu Não Consigo Entender Sua Lógica” e Olha Que Me Esforço

Agora há pouco, passando a pé pela rua Benjamin Egas, travessa da Pedroso de Morais,   onde fica o colégio Fernão Dias, em Pinheiros,  dois carros de polícia e vários moradores de rua por ali.  Sem tumulto, sem qualquer problema.  Aí uma das moradoras de rua diz que tinha que parar de conversar e depois continuaria o papo.  Detalhe: falava ao celular.

Sempre me intrigou pessoas simples na rua tagarelando ao celular.  Pelas minhas contas, e pela minha conta telefôncia, toda vez que preciso ligar para um celular, pago R$ 1,00 por minuto.  Já me explicaram que os celulares dessas pessoas são  pré-pagos, que é  de olá para olá,  de timtim pra timtim, que é de morto pra morto e sei lá mais o que; entretanto,  se eu já tinha dificuldade de entender, a moradora de rua deu um nó na minha cabeça  e também na minha parca capacidade de fazer cálculos financeiros, tá certo que não sou nenhum ministro da economia…  Mas, como cantou Caetano, na belíssima música Muito Romântico, eu não consigo entender sua lógica…  se já não conseguia entender antes, a partir de hoje então…

Como prêmio e para relaxar de tanto absurdo, ouça Muito Romântico na fabulosa interpretação de Roberto Carlos, Clique aqui

Aliás, a respeito dessa música, tenho outro episódio muito mais legal.  Prometo contar.

Privilégio e “Desprivilégio” no Dia das Mães

Óbvio –  um dos principais privilégios insubistituíveis  no ano e na vida é  almoçar com a mãe e  família no Dia das Mães.  Desse privilégio, infelizmente, eu não desfruto há algumas décadas.

O “desprivilégio” é enfrentar fila e estresse nos restaurantes nesta data.  Para compensar, por sorte e generosidade de amigos, esse desprivilégio não  tenho,  porque sou sempre convidado para  almoço delicioso em clima muito agradável.

Aliás, estou indo –  de metrô e trecho  a pé –  para poder beber uns vinhos!!!

Feliz Dia das Mães para todos-  Leitores e Não Leitores do Boca!!!

O Sonho Ainda Não Acabou???

Na padaria, sessentão,  cabelos brancos com rabo de cavalo, camiseta preta do Deep Purple, hoje às 10,45 horas, pede café e explica:

– Para acordar, puro, só café!!!

Por pouco não comentei:

– Acordar da década de 60, né???

A respeito da publicidade de prédio em construção que recebera na entrada,  comenta com um funcionário que em tal apartamento, de tão pequeno, nem poderia instalar  a bateria.

Sorte dos moradores do futuro prédio; azar dos vizinhos atuais.

Juvenal de Souza Neto, saudoso amigo jornalista de humor refinado, dizia não gostar de três coisas: cachorro, criança e baterista.

Palavrões…

Essa história de dizer que nego (a)  que usa muito palavrão é espontâneo(a) pode ter sido legal na década de 70, na entrevista da saudosa e  queridíssima Leila Diniz* no Pasquim,  onde vários e vários asteriscos indicavam os palavrões que ela disse e não foram transcritos – mas hoje em dia…

Lá vai frase que acabei de fazer.

Palavrões – todos conhecemos todos. Alguns usam com parcimônia e sabedoria; outros, como muletas morfológicas, psicológicas e, outros ainda, através deles, explicitam  a falta de educação crônica que os acomete.

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* Quiser conhecer frases da vanguardista Leila Diniz, clique Para saber mais sobre essa artista que morreu muito jovem e sempre vai fazer falta, navegue pelo Google

Os Sentidos – Fernando Vasqs

O amigo Vasqs, bambambã dos mini-textos,  leu no último Eita Sarau. Todos gostaram muito. Quem não foi  pode ler aqui.

Lá vai, ou lá vão os Sentidos!!!

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OS SENTIDOS

Na aula sobre os sentidos o professor explicava:

– E tem o palato. O palato é o ponto sensível do gosto. É onde está o prazer da comida. O palato, crianças – sentenciou entusiasmado – é o ponto G da alimentação!

No dia seguinte foi chamado à direção.

– Que história é essa de “ponto G da alimentação”?! – ralhou o diretor.

– Didática, senhor – gaguejou o professor.  Achei que assim eles compreenderiam melhor.

– E por que acha que as nossas crianças – criancinhas , de 7 anos -, compreenderiam melhor a associação de palato, gosto, com ponto G, professor?!, perguntou o diretor subindo o tom.

– Bom, essa nova geração… parece tão inteirada nesse tipo de assunto.

– Acha que minha filha é depravada?

– Sua filha? Depravada? Nem sabia que o senhor…

– A pergunta não é minha, professor. É do pai de uma aluna, agora, por telefone!Puto da vi…, digo,  furioso!

– Bom, tem a tv, a internet…

– Acha que nossas criancinhas são indecentes, professor?! Agora a pergunta é minha. Acha que minha escola é formada de criancinhas pervertidas, degeneradas e obcecadas por sexo, professor?!

– Não, senhor, foi só uma metáfora…

– E o que acha que uma criancinha – de 7 anos, professor – entende de metáforas?!

– Bom, tem a tv, a internet…

– Professor, o senhor por acaso encontrou o ponto G?

– Eu? Sinceramente? Sim. Encontrei… encontramos. E não foi por acaso.

– No palato, professor?

– Não, claro!…

– Passe no Departamento Pessoal.

– Como?

– Está demitido!

– Mas…

O professor levantou-se, caminhou até a porta.

– Professor! – chamou o diretor novamente.

– Sim.

– Volte aqui.

– Sim, senhor.

– Sente-se.

– Sim, senhor.

– Aproxime-se.

– Pois não.

– Façamos um acordo.

– Um acordo?

– Aproxime-se.

– Mais?

– Isso. Diga-me, professor, aqui pra nós: o senhor encontrou…mesmo?

– Encontrei o quê? Ah, sim, encontrei… encontramos. E não foi por acaso…nem no palato.

– Então conte-me… conte-me tudo: onde? Diga onde, e… está admitido… de novo.

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Gostou???  Então conheça o blog  do Vasqs  Ostras ao Vento,  A mini-crônica acima é a primeira que aparece, mas navegue porque é diversão garantida, sem risco ficar mareado.

O Último Boteco Sem Televisão Já Era – Agora é Sarna Pra se Coçar

Havia um batequim, bar de esquina, típico bar de bebedores de cerveja e jogadores de conversa fora,  onde não tinha televisão

O simpático boteco Três Irmãos, no ponto em que  a  Pinto Gonçalves desagua na    Rua Homem de Mello, Perdizes.   Integração total entres os irmãos e fregueses.  O bar continua lá, tal e qual, mas, agora ,  dez dias para cá,  com uma televisão.

Ponto de passagem de minhas caminhadas pelas ladeirentas ruas da Perdizes, notei a maldita novidade, mas com atenuante:  permanecia sempre desligada.

Não tomo cerveja nesse bar, embora o considere bastante simpático.

Supondo-se que eu decidisse tomar uma cerveja ali.  Lógico que só  entraria e pediria a cerveja se a TV estivesse desligada.  Pois bem, estou sossegado tomando minha cerveja, batendo papo com os irmãos proprietários, chega novo freguês e manda ligar a Televisão.  Eu digo que não quero que ligue a televisão, o  outro diz que quer a tv ligada.  Resultado,  bela perspectiva de confusão armada.  Televisão em lugares públicos, mesmo desligada, é imenso potencial para produzir sarna para todo mundo se coçar….

Engraçado, Computadores, Freiras e Vassouras

Programa anti-virus, assim que ligo o computador, informa perguntando: você percebeu que seu computador está 213% mais rápido do que era antes???

Engraçado 1 – a precisão absoluta, 213%;

Engraçado 2 –  nem comecei a trabalhar, e ele já pergunta;

Finalmente, e pior,  o “desengraçado”:   meu computador, que é ótimo, anda mais lentinho ultimamente…

Deve ser  o  caso típico de que vassoura nova varre bem, aplicado à informática.

Talvez já esteja na hora de comprar computador novo.  Precisa só avisar  o meu bolso!!!  Mas como meu bolso não faz milagres… resta a mim me conformar com  a história das freiras:

Um freira no dormitório do convento diz para a outra:

– Durma com Deus.

A companheira responde:

– É o jeito, né irmã???!!

Selinhos Já!!!

Há mulheres que não cumprimento com beijinho no rosto por medo, conforme escrevi ontem (vale a pena ler, é engraçado – link no final).

Júnior Bataglini, leitor assíduo do Boca, complementou que o gesto (beijo no rosto) demonstra confiança e amizade. Exato.

Desse modo,  proponho que se abra leque maior de opções  para cumprimentos, dependendo de  hora e lugar.

  • Aperto de mão para ocasiões formais. Mas, pensando bem, se a ocasião é formal, um acenar de cabeças seria mais do que suficiente. Corrigindo, nada de aperto de mão; acenos bastam.
  • SCAM para a imensa maioria das vezes.  Como já foi dito, SCAM é a saudação entre os membros da família de famoso diretor de cinema.  É assim.

Almoço domingão.  Cada um que chega, dá um amplo aceno com a mão espalmada e fala alto:

– Scam!!!

Todos os outros respondem, repetindo o gesto.

– Scam!!!

Scam que dizer: Sociedade Contra o Aperto de Mão.

  • Beijinho no Rosto, como bem lembrou o Júnior Bataglini, quando se quer demonstrar confiança.  Aliás, beijo no rosto de homem com homem também vale para expressar, além da confiança, afeto.
  • Selinho  da nossa querida e saudosa Hebe para amigos e amigas  se encontrando ou se despedindo, defintivamente, deveria ser o cumprimento padrão!!!

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Agora,  jamais aproxime nariz, orelhas, bochechas de pessoas do mal, como explico no texto de ontem.  Se quiser ler, clique

As Pragas que Exterminam Qualquer Possibilidade de Ambiente Civilizado

O Jornalista Lucas Mendes foi o entrevistado de ontem no Fim de Expediente,  Programa da Rádio CBN, a partir das 18 horas, todas as sextas-feiras.  Contou vários episódios interessantes, inclusive sobre Paulo Francis.

Legal como ele descreve o Rio de Janeiro do começo das anos 60.  Na sua opinião, será impossível reviver aquela época, quando as relações entre ele, que estava começando, e os grandes nomes do jornalismo eram absolutamente democráticas.  A vida era barata, os restaurantes idem, além de glamourosos, com muitas mulheres interessantes – interessantes, não necessariamente bonitas,  e homens brilhantes.

Eu acho que ele se esqueceu, ou falou em outro trecho do programa que eu não ouvi,  de alguns pontos importantes que impedem qualquer  glamour  nos bares dos dias de hoje.

É impssível fascínio e ambiente civilizado convivendo nos  bares em que as TVs estão permanentemente ligadas, as pessoas gritando ou mesmo conversando ao celular, sem contar as famigeradas lâmpadas do apagão.

Bota Mick Jagger, Heleno de Freitas, James Dean, Leila Diniz, Greta Garbo, John Mcenroe, Jim Morrisson  e mais todas as pessoas que você considera mágicas, lindas,  fascinantes   em atmosfera  submetida a  essas três pragas (ainda que haja iluminação decente e fiquem apenas celular e tv ligada) que todo o encantamento e magia  são simplesmente aniquilados.

Dá para imaginar   uma nova Semana de Arte Moderna, ou ainda movimento menos retumbante,   sendo concebida (o) em bares  onde as pessoas para serem ouvidas precisam gritar se quiserem  vencer  os diálogos da novela e gente tagarelando  ao celular???  Sinceramente, eu não consigo imaginar!!!

Triste, muito triste.  Ou melhor, pobre, muito pobre…

Crédito ilimitado com a Humanidade, Diabo e até Mesmo com Deus???

Uma dúvida que tenho tido nos últimos dias.  Será que arrogantes, prestes a partir desse mundo, crêem que Deus (ou o Diabo) também estará(ão)  eternamente em débito com eles, como  supunham que a humanidade sempre estivera???

Aliás, de acordo com piada de domínio público, o governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães,  ACM,  tinha plena consciência de onde e, principalmente, como passaria a eternidade.  Se quiser ler, clique