Arquivo da categoria: Crônicas

Geração Espontânea Existe a Partir de Farinha de Rosca

Desde meados do século 19,  cientistas não acreditam mais em geração espontânea.  Ou seja, que novos seres vivos pudessem ser gerados, surgissem,  através de corpos em decomposição.  Até então,  por exemplo, acreditavam  que “rãs, cobrar e crocodilos eram gerados a partir do lodo dos rios.”

Pois bem, há algumas três, quatro, semanas,  produzi excelente farinha de rosca com pão italiano da melhor qualidade torrado.  Fiz fabuloso bife à milanesa, mas sobrou um pouco, que guardei  dentro de um recipiente plástico hermeticamente fechado.  Ontem, ao abrir o tal recipiente,  havia uns bichinhos, nem tão minúsculos assim se movimentando.

Resultado,  tive que jogar o restinho de farinha na privada e, muito mais grave,  voltar a acreditar em geração espontânea.   No caso específico:  farinha de rosca de boa qualidade pode gerar pequenos insetos.  Se a geração espontânea de insetos produzidos a partir de farinha de rosca de boa qualidade  é tão forte a ponto de sobreviver tubulação à dentro, cabe a outro “cientista”, que não eu, estudar.

 

Os Desinfelizes da Época do Disco de Piadas do Juca Chaves e os de Hoje!!!

Desinfeliz típico, e pior, comum  da década de 70,  era o sujeito que perguntava se você havia escutado o disco do show do Juca Chaves.  Você dizia que sim.   O cara perguntava se você se lembrava de determinada piada.  Novamente, você dizia sim.  E, acredite, o desinfeliz tinha a imensa estupidez de repetir a piada inteira; óbvio que era algo que mal lembrava a verdadeira piada do Juca.

Pois  alguns desinfelizes de hoje têm ainda o prazer de, ao mesmo tempo constranger você,  estatelarem  o complexo de inferioridade deles.

Sujeito inteligente, que vê um conhecido e percebe que esse não o reconhece,  já vai logo dizendo como se chama  ou criando uma situação, contando uma história, para falar seu próprio nome.

Já a felicidade dos desinfelizes é, depois de chamarem a pessoa pelo nome, perceberem que não foram reconhecidas/lembradas, perguntar.

-Lembra-se de mim?

O outro, constrangido, diz que sim.

E o desinfeliz, para levar às alturas o complexo de rejeição dele, fulmina:

– Então,  diz o meu nome!!!

Ele vai dormir aquela noite mais rejeitado do que no momento em que acordou ou de quando  a mãe, pela primeira vez,  atrasou o horário de mamar.

Armando Marques Já Deve Estar Tomando sua Cervejinha Com o Amigo Denner

Contar  histórias curiosas e até engraçadas envolvendo pessoas que acabaram de falecer é frequente aqui no Trombone.  É minha forma de homenageá-las.

Morreu hoje Armando Marques, juiz de futebol, famoso por seu rigor em relação ao jogo e também aos seus trejeitos delicados.

Primeiro o tal erro que mudou a história do Campeonato Paulista de 73, que você já ouviu hoje no noticiário.  Entretanto, tem caso muito mais divertido.

Cometeu erros históricos, e até primários, como todo mundo. Numa decisão por pênaltis, no Final do Campeonato Paulista de Futebol de 1973, entre Santos e Portuguesa, o Santos vencia por 2×0. Ele deu por encerrada as cobranças e o título para o Santos. Acontece que restavam dois pênaltis ainda a serem batidos e a Portuguesa, teoricamente, poderia empatar. Por conta desse erro, o título foi dividido entre os dois clubes.

Mas ele era considerado o melhor árbitro enquanto esteve em atividade. Era enérgico com todo mundo e impunha muito respeito e disciplina. Outra característica sua, como já foi dito,  eram os gestos excessivamente delicados, se me entendem.

Lá vai a historinha divertida:

Amigo do aristocrata e grande costureiro Denner, que morava nas imediações do estádio do Pacaembu, Armando, sempre após apitar jogo ali, ia à casa dele para uma cerveja.

Em um desses jogos, provavelmente após algum erro acompanhado dos famigerados trejeitos, as arquibancadas gritam sem parar:

– BICHA, BICHA, BICHA!!!!

O mordomo do amigo vira-se para o patrão e diz:

– Seu Dener, acho melhor eu já colocar a cervejinha do seu Armando no gelo!!!

 

Boas cervejas e bons papos por toda a eternidade para vocês!!!

 

 

Muita Clara e Blá-Blá-Blá Para Um Mero Suflê!!!

“Deem-me o supérfluo e eu dispenso o essencial”, disse Oscar Wilde.  Eu digo que para mim o supérfluo e o essencial são  essenciais.

Contrariando a minha teoria, ocorreu-me uma boa gracinha gastronômica:

Deem-me o suflê que eu dispenso o essencial.

Mais sobre suflê.  Acho que já contei aqui no blog.   Minha cunhada soube que a nova cozinheira fazia suflês perfeitos.  Combinou com ela que faria um jantar à base de suflês.  Simpática, mas profissional, a empregada foi taxativa.

– Tenho o maior prazer em fazer o jantar de suflês.  Mas as visitas precisam ser pontuais.  Porque o suflês não espera os convidados.  Os convidados é que esperam o suflê.

De fato, o suflê murchou, virou uma gororoba.

Concluindo1, foi apenas uma gracinha gastronômica, pois certamente não existe uma única comida que se coma com prazer todos os dias, ainda que se façam variações sobre o tema.

Concluindo2, mesmo estando delicioso o suflê de há pouco, o próximo só daqui a alguns meses.

 

Festa de Encerramento Menos Pífia e Argentina Campeã

Torço para a Argentina, como já ficou claro.  Entretanto, torço mesmo para que a Festa de Encerramento da Copa do Mundo não repita aquele fiasco ininteligível da Abertura.

Já resisti a coisas ruins na vida,  Alemã Campeã (não é ruim, mas torço contra) e  novo espetáculo pífio de encerramento, caso aconteçam, vão se somar às minhas adversidades de até agora.

Que Di Stéfano guie os pés de seus Conterrâneos e ainda que  coreógrafos e diretores de teatro/musicais  de todos os tempos, inclusive da antiguidade, não permitam que aquele horror da abertura não afronte os padrões estéticos e a inteligência  da humanidade mais uma vez!!!

Copa do Mundo Permanente, não Seria a Glória???

O melhor da Festa É, de fato,  esperar por ela.  Entretanto, o mais que melhor da Festa, o Excelente da Festa, seria se ela nunca acabasse.  Imagine dois ou três Copas do Mundo por ano, todos os anos!!!

Roberto Carlos, na canção  Música Suave,  que ele deve estar dançando com uma verdadeira paixão,  expressa o desejo de que a música não termine jamais.

Pedacinho de dois versos:

“Me abrace mais forte, não se importe com os outros casais

Que bom se essa música não terminasse jamais.”

Privar-se de ouvir a música inteira é masoquismo.

Clique e deslumbre-se com música e Interpretação Maravilhosa do Rei

Infelizmente Músicas Terminam, encerram-se grandes Bailes e as Finais de Copas do Mundo têm apitos Finais.

Afinal, Quem São Os Determinados???

Qual é o mito em relação a esporte/disciplina/concentração/primeiro mundo, terceiro mundo e todas essas besteiras mais?

Europeus, Saxônicos, Germânicos, etc são concentrados, determinados, focados – para usar palavra da moda que detesto.

Qual foi o fato de Hoje na Semi-final???

Sul-Americanos Argentinos ganharam na disputa de pênaltis dos Holandeses.

Exceção para confirmar a regra???

Eu digo, isso sim,  é que generalização não serve para coisa alguma!!!

Se Deus Já me Afastou, Não há de ser o Facebook que Vai me Aproximar

Às vezes conheço alguém que o Facebook sugere e aceito “como” amigo.  Em geral,  não conheço de maneira muito próxima, apenas um olá, um papo em bar,  embora tenhamos alguns “facebookistas amigos comuns”.  Aí aceito ou não aceito, dependendo dos conhecidos comuns, principalmente.

Hoje, entretanto, veio a sugestão de uma pessoa que eu conheço para eu adicionar como amigo.

Simplesmente Ignorei.

Mas minha vontade mesmo era dizer: INFELIZMENTE CONHEÇO.  Não estaria passando recibo porque ela (essa pessoa) tem certeza de que  para mim  é mesmo uma infelicidade conhecê-la.

Há os que são obrigados a conviver com ela. Azar deles. Exceto esses, pensando com mais calma, principalmente para esses, acho que é motivo de considerável infelicidade que,  na passagem por esse belo planeta, com tanta gente maravilhosa,  essa pessoa , de alguma forma,  tenha sido colocada na vida dos conhecidos e parentes dela.  Amigos, suponho que sejam substantivos abstratos no vocabulário dela.

Como Acabar com Toda e Qualquer Arrogância/Prepotência

Já contei aqui sobre um cara que me disse não gostar de cinema.   Estranhei muito e perguntei o porquê.

Embora, seja pessoa  que tem certo acesso às classes médias e altas, é completamente analfabeto, a ponto de se   se orgulhar de jamais ter lido um livro. E ele explicou porque não gostava de cinema:

– Eu não consigo ler aquelas letrinhas…

Pois bem, é de dar pena, acontece que esse mesmo sujeito é metido a entender de tudo.

Outro dia eu estava dizendo para outro conhecido comum que achava inadmissível os erros cometidos em novelas e seriados da  TV Globo.  O outro conhecido concordou comigo;  e o que não acompanha letrinhas na tela  já deu logo a explicação dele, confrontando de maneira arrogante e presunçosa  o que nós dois achávamos.

Lá vai a pérola:

– A Rede Globo fala errado pro povão entender.   Se falar certo, o povão não vai entender.

Quando ele se afastou, comentei que nessas situações tenho uma graça muito divertida, mas que iria poupá-lo de tal vexame.

Queria ter dito o seguinte a ele:

– Pois é, fulano, você que entende de tudo, inclusive  a razão pela qual as personagens da Globo cometem erros de português, me explica uma coisa.

Continuaria:

– Um cabrito e um carneiro têm mais ou menos o mesmo peso e o mesmo tamanho,  comem mais ou menos as mesmas coisas.   Por que é então que o cabrito faz um cocô de bolinhas bem pequenas e o carneiro cocô de bolas maiores.

Certamente o sujeito iria dizer que não sabia.

E eu, completaria:

– Pois é, você não entende nem de merda e quer dar palpite em um assunto complexo desses!!!   Tenha a santa paciência.