No Uol, Universo On Line, (https://www.uol.com.br/) há pouco, “Buscas Por Armas disparam no Google com Eleição de Bolsonaro.”
Em maio de 2005, postei o texto que segue sobre o Desarmamento. Em outubro do mesmo ano, houve o Referendo.
Adianto para quem não for ler o texto inteiro. Sou absolutamente a favor do Desarmamento.
Lá vai o texto postado em maio de 2005; como já foi dito acima, em outubro, foi votado o Referendo do Desarmamento.
Tem historinha verídica emocionante, em que sou personagem. No seu lugar, eu leria.
Lá vai:
A RESPEITO DO REFERENDO SOBRE O FIM DA COMERCIALIZAÇÃO DE ARMAS DE FOGO NO PAÍS
Escrito em maio de 2005 – Em outubro houve o Referendo
O referendo sobre o fim da comercialização de armas de fogo no país deverá ser realizado no próximo dia 2 de outubro. Não sei se já está aberto o período de “propaganda”; de qualquer forma, quero dar um pontapé inicial.
Sou visceralmente a favor do fim da comercialização de armas de fogo (e também de munição) no país. E olha que não me lembro nos últimos tempos de ter tido oportunidade/vontade de empregar o advérbio visceralmente em relação a qualquer crença ou opinião minha. Sou “muito” (não fanático) corintiano , mas aí é outra conversa que pode até render um artiguinho divertido.
Retomando o assunto e já explicando o porquê do meu voto. Sempre fui contra armas de fogo. Para arraigar mais ainda minha opinião, relato dois casos. O primeiro, aliás emblemático, com direito à opinião de grande especialista no assunto: um assaltante. O segundo se passou comigo há muitos anos.
Um conhecido me contou que seu irmão, médico dedicado/obstinado, recebeu um assaltante em estado deplorável alvejado com diversos tiros, praticamente morto. A determinação, talento, boa vontade do irmão de meu conhecido salvaram o paciente. Imensamente agradecido, ele disse:
– Doutor, o senhor salvou minha vida. Eternamente serei grato ao senhor. Não tenho como pagar o que o senhor fez por mim, mas vou lhe ensinar uma coisa que um dia talvez também salve sua vida.
O assaltante continuou:
– Doutor, jamais tenha uma arma de fogo em casa. Se eu e o senhor nos encontrarmos cem vezes, os dois com uma arma, eu mato o senhor cem vezes antes mesmo de o senhor pensar em encostar o dedo no gatilho!!!!!! – disse sorrindo.
O assaltante ainda explicou que muitas vezes o assalto é feito exclusivamente para roubar a arma que alguma empregada viu e comentou na vizinhança.
Há mais de quinze anos, entro no consultório que meu dermatologista dividia com outros dois profissionais de saúde, um deles dentista de crianças excepcionais. Sou recebido por um assaltante com um revólver na cabeça. Havia um outro assaltante e uns quinze assaltados, entre médicos, pacientes (incluindo uma criança excepcional) e enfermeiras. Nunca tive muita paciência/vontade de liderar grupos, quaisquer que fossem. Mas ali era diferente: tava todo mundo apavorado, os ladrões eram inexperientes e um deles, além de tudo, um maluco que estava louco para dar tiro em alguém. Eu, o único que ainda mantinha a calma e o bom senso e, contra a minha vontade, por uma questão de sobrevivência coletiva, tive que assumir a condução da coisa. Depois de várias intervenções minhas, o assaltante sádico que tomava conta da gente (o outro havia saído para descontar o cheque que meu médico lhe entregou) fica brincando de tirar e colocar as balas no tambor de um dos revólveres. Ele coloca as balas, abandona a sala e deixa esse revólver ao alcance de qualquer um. Obviamente, fiquei morrendo de vontade de pegar a arma, me esconder e, quando ele voltasse, eu apareceria pelas suas costas e o renderia. Obviamente, me contive. Passam-se uns dois minutos, ele volta e vê o revólver no mesmo lugar. Ele pergunta olhando para mim:
– Ninguém pegou o revólver????
Eu disse que o revólver era dele e que, naturalmente, ninguém o pegaria.
Sempre olhando para mim, ele diz:
– Que sorte. Estava sem bala.!!!!!!
E puxa seis vezes o gatilho.
Imagine se eu tivesse bancado o herói. Provavelmente ele iria me deixar “atirar” e, em seguida, com a consciência tranqüila, em “legítima defesa”, me mataria e daria início ao showzinho maluco/sádico dele.
O outro assaltante voltou com o dinheiro e tudo acabou bem, sem um único arranhão sequer.
Finalmente, mas ainda em tempo, o assaltante salvo pelo médico irmão do meu conhecido deu a saída para se proteger em caso de assalto. Trata-se de verdadeiro ovo de Colombo, chegando a ser até mesmo divertido. Não vou ensinar aqui para que a saída continue desobstruída. De qualquer maneira, quem tiver interesse basta me enviar um email que terei imenso prazer em explicar.
E o melhor de tudo: essa saída também não vai contra a campanha do desarmamento.
***********************
Reitero: Escrevam para mim que passo para cada um por email o que o assaltante ensinou para o médico!!!
Achei bem interessante mesmo@! E quero saber o que fazer em caso de assalto. Me mande um e-mail, Paul!!!
Caro Antônio:
Sim, eu mando. Caso eu me esqueça, cobre pelo facebook. Lembrar que é a proposta do ladrão para “contornar assaltos”. Para vc que mora em casa, é bem legal saber.
Abraços
Paulo Mayr
Ah, a respeito do título, eu mudaria o PÉSSIMO ISSO. Eu deixaria só PÉSSIMO, ou usaria de ironia: “Maravilha!”
Antônio:
Proposta aceita. Veja lá.
Obrigado
Paulo