Caminhar com as Próprias Pernas …

Para Fernando Pawwlow*

Sujeito muito alto, muito  forte, vasto bigode, cabelos longos e lisos; com voz possante, sempre foi   ótimo em discursos,  desde os tempos de Assembleias Estudantis na USP,   Geisor  Mesgo  militou em partidos de esquerda, quando eles ainda estavam na clandestinidade.

Em reunião média,  um dos companheiros   faz proposta de se aliar a outro partido de ideologia semelhante.

Geisor começa a rebater,  alinhavando seus argumentos em ordem crescente.

– Essa proposta é inconcebível, inviável, sem a menor pertinência.  É como se fosse  proposta de alguém que  não consegue caminhar com as próprias pernas.

A reunião era ao redor de uma mesa.  Geisor não percebeu que o rapaz usava cadeira de rodas!!!

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* Pawwlow, há muito tempo,  me pede para relatar episódios  curiosos/divertidos sobre  políticos e jornalistas com os quais convivi.  Espero que esse o tenha agradado.  Quiser conhecer o  trabalho do colega, veja seu blog Fernando Pawwlow – Cadernos

2 pensou em “Caminhar com as Próprias Pernas …

  1. Amigo Mayr, enviei por email o que penso ser uma aposta certeira:acho que desvendei a charada. Acertei mesmo?
    Teus “contos/casos” são excelentes,você conviveu com figuras de importância indiscutível, em fase da vida na qual as impressões se fixam e forjam em nossa personalidade contribuições não raro decisivas.

    E você tem uma verve que faz estas narrativas mais que meras recordações soltas.

    Continue brindando a nós, leitores do “Trombone…”, com seu tesouro.

    E agradeço mais esta demonstração de carinho e apreço por meu trabalho, carinho e e apreço que você sabe que encontram em mim correspondência.

    Grande abraço do amigo Pawwlow

    1. Caro Pawwlow:

      Você matou em cheio!!! Parabéns??? Você o conhece ou foi só através do anagrama que vc matou??? Muito boa pessoa. Encontrei-me com ele outro dia, lembrei-me da história, lembrei-me de você, que gosta dos meus casos. Pois é a estreia da Silvia Poppovic na Jovem Pan era uma gancho para postar novamente a história dela, com a qual reinaugurei, graças a sugestão sua, os casos no Boca, que hj se chama Trombone do Mayr.

      Sim, sei do seu carinho e apreço.

      Abração

      Paulo Mayr

      Ocorreu-me outro episódio agora que seria interessante, se eu pudesse citar o nome da fera. Sem isso, perde a graça. De qualquer jeito vou tentar escrever.

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