Parecia programa perfeito para a manhã do último sábado. Descontraído bate-papo com o escritor Luis Fernando Verissimo, na Biblioteca do Parque Villa Lobos.
Público animado, Verissimo simpático e atencioso.
Mas, como diria Plínio Marcos, “tinha um porém e sempre tem um porém”. No caso, mais de um porém.
Porém 1
A biblioteca é um imenso espaço cercado de vidro e concreto, onde praticamente não existe qualquer divisão, aliás, existe, mas isso fica para o final.
Vidro, concreto, um monte de gente ao redor, inclusive crianças brincando. Tudo isso somado, só podia dar um único resultado – impossibilidade de se escutar com um mínimo de clareza, tanto as boas perguntas do público, como as bem cuidadas respostas do escritor.
Porém 2
Acabada a palestra, ao procurar um responsável para registrar minha queixa, faço espetacular e, ao mesmo tempo, revoltante descoberta: a Biblioteca dispõe de excelente teatro isolado de todo aquele barulho.
Perguntei por que a Palestra não havia sido programada para dentro do Teatro. Responderam-me que o teatro ainda não estava inaugurado.
Se houvesse alguém com um mínimo de bom senso, escolheria uma dessas duas opções:
1) Fazer a palestra dentro do teatro ainda não inaugurado oficialmente.
2) Promover a Palestra dentro do teatro após sua inauguração oficial, já que autoridades e políticos adoram inaugurações.
Qualquer uma dessas duas opções acima seria infinitamente mais plausível e humana do que submeter autor e público àquele inferno sonoro, como, de fato, aconteceu.
Veja o local onde ocorreu o bate-papo e discorde de mim se for capaz.