Desinfeliz típico, e pior, comum da década de 70, era o sujeito que perguntava se você havia escutado o disco do show do Juca Chaves. Você dizia que sim. O cara perguntava se você se lembrava de determinada piada. Novamente, você dizia sim. E, acredite, o desinfeliz tinha a imensa estupidez de repetir a piada inteira; óbvio que era algo que mal lembrava a verdadeira piada do Juca.
Pois alguns desinfelizes de hoje têm ainda o prazer de, ao mesmo tempo constranger você, estatelarem o complexo de inferioridade deles.
Sujeito inteligente, que vê um conhecido e percebe que esse não o reconhece, já vai logo dizendo como se chama ou criando uma situação, contando uma história, para falar seu próprio nome.
Já a felicidade dos desinfelizes é, depois de chamarem a pessoa pelo nome, perceberem que não foram reconhecidas/lembradas, perguntar.
-Lembra-se de mim?
O outro, constrangido, diz que sim.
E o desinfeliz, para levar às alturas o complexo de rejeição dele, fulmina:
– Então, diz o meu nome!!!
Ele vai dormir aquela noite mais rejeitado do que no momento em que acordou ou de quando a mãe, pela primeira vez, atrasou o horário de mamar.