O Jornalista Lucas Mendes foi o entrevistado de ontem no Fim de Expediente, Programa da Rádio CBN, a partir das 18 horas, todas as sextas-feiras. Contou vários episódios interessantes, inclusive sobre Paulo Francis.
Legal como ele descreve o Rio de Janeiro do começo das anos 60. Na sua opinião, será impossível reviver aquela época, quando as relações entre ele, que estava começando, e os grandes nomes do jornalismo eram absolutamente democráticas. A vida era barata, os restaurantes idem, além de glamourosos, com muitas mulheres interessantes – interessantes, não necessariamente bonitas, e homens brilhantes.
Eu acho que ele se esqueceu, ou falou em outro trecho do programa que eu não ouvi, de alguns pontos importantes que impedem qualquer glamour nos bares dos dias de hoje.
É impssível fascínio e ambiente civilizado convivendo nos bares em que as TVs estão permanentemente ligadas, as pessoas gritando ou mesmo conversando ao celular, sem contar as famigeradas lâmpadas do apagão.
Bota Mick Jagger, Heleno de Freitas, James Dean, Leila Diniz, Greta Garbo, John Mcenroe, Jim Morrisson e mais todas as pessoas que você considera mágicas, lindas, fascinantes em atmosfera submetida a essas três pragas (ainda que haja iluminação decente e fiquem apenas celular e tv ligada) que todo o encantamento e magia são simplesmente aniquilados.
Dá para imaginar uma nova Semana de Arte Moderna, ou ainda movimento menos retumbante, sendo concebida (o) em bares onde as pessoas para serem ouvidas precisam gritar se quiserem vencer os diálogos da novela e gente tagarelando ao celular??? Sinceramente, eu não consigo imaginar!!!
Triste, muito triste. Ou melhor, pobre, muito pobre…