É personal isso pra cá, personal aquilo pra lá; “in English, of course.”
Pois eu queria ter apenas dois. Em português, naturalmente, já que não sou acometido pelo complexo de vira-lata que assolapa o Brasil. A saber:
- amolador de facas/tesouras pessoal e
- comprador pessoal
O amolador de facas e tesouras pessoal iria em casa três ou quatro vezes por semana e deixaria todas as facas tais quais navalhas.
Em tempo, ao contrário do que muita gente pensa, facas cegas são perigosas; facas-navalhas, não.
A faca cega obriga o usuário a fazer muita força. Por mais força que se faça, ela não corta mesmo o que precisa ser cortado e, pior, a faca escapa do objeto e vai em direção ao corpo ou à mão/braço e até ombro que segura o tal objeto.
Facas-navalhas cortam o que tem que ser cortado, pronto e ponto. Digo, cortam só que têm que cortar e não cortam barrigas, tampouco dedos.
Quanto ao comprador pessoal, se possível, sujeito exatamente com as minhas medidas. Anti-consumista obsessivo, eu estabeleceria uma rotina anual.
Ele viria à minha casa, eu lhe daria uma relação de compras, cinco minutos, no máximo, de explicação. E ele sairia à caça. Visitas a costureira para eventuais e prováveis acertos nas roupas, óbvio, ficariam por conta dele.
Após a parada na costureira, ele nem me mostraria nada. Colocaria tudo nos armários, guarda-roupa e só voltaria no ano seguinte.
Ia me esquecento. E a cada dez anos, ele é quem aguentaria aquela conversinha chatíssima de vendedores de carro.
Seria a Felicidade Suprema.