Sindicato dos Metroviários e a Secretaria de Assuntos da Mulher travam travam luta contra o assédio sexual às mulheres nos vagãos do metrô de S. Paulo.
Para as entidades, é fundamental que a Rede Globo tire do ar quadro humorístico do Programa Zorra Total que “que incita a violência sexual contras as mulheres nos transportes públicos.”
Através de nota à imprensa, o Sindicato informa que “vai protocolar em breve uma carta à Globo exigindo que não seja mais veiculado o quadro estrelado por Rodrigo Sant’Anna (no papel da transexual Valéria) e Thalita Carauta (Janete).
O mau gosto e a afronta não têm limites.
Ao final de todos os episódios, um homem se encosta em Janete e abusa dela. Ela comenta com a amiga:
– Eu acho que ele está me bolinando
A transexual diz para a amiga aproveitar, já que é feia e deve “aceitar o assédio”.
O tema superlotação dos meios de transportes é sério e deve ser tratado com responsabilidade.
Além das medidas formais, como protocolar documento junto a TV Globo, cartas abertas estão sendo distribuídas alertando a populção para o fato.
Marisa dos Santos Mendes, da Secretaria de Assuntos da Mulher do Sindicato, diz que se trata de “brincadeira sem graça e um grande incentivo ao abuso dentro dos transportes públicos. Queremos conscientizar os usuários do metrô e a população em geral que a violência contra as mulheres não é piada. Estamos pleiteando junto ao Metrô que seja veiculada pela empresa uma campanha contra a violência sofrida pelas mulheres. Também exigimos a contratação imediata mais funcionários, punição imediata e exemplar a todo e qualquer agressor machista”, completa Marisa.
Nunca assisti ao Zorra Total, mas tal quadro nem deveria ter ido ao ar.
Agora, caberia também uma campanha, através de todos os meios modernos de que dispõem tanto o Sindicato e Secretaria da Mulher, para que a população (masculina e feminina, sobretudo a feminina) boicotasse O PROGRAMA ZORRA TOTAL, enquanto o quadro não fosse retirado do ar. Internet, Facebook, Twitter, Workut e outras ferramentas certamente poderiam ser usadas para a população ter voz ativa e ter atendido o seu pedido.
Setores competentes que se sentiram prejudicados, mãos à obra, pois, e, querendo, metam a Boca No Trombone!! ! Ele está aqui para ser usado!!!
Olhe, pois eu acho que mesmo com a questão delicada, tudo depende muito de como a coisa está sendo feita, então me recuso a manifestar opinião contra ou a favor enquanto não vir o tal quadro humorístico que está sendo criticado. E acho que todo mundo deveria fazer o mesmo em vez de dizer “não vi e não gostei.”
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Caro LM:
Zapeando, já vi algumas coisas de Zorra Total. Sempre achei horrível.
No caso específico, não se trata de não vi e não gostei.
Li a descrição da coisa e achei de muito baixo nível.
Aí achei legal e correto me manifestar a respeito.
Aliás, acabei de falar com a Assessora de Imprensa do Sindicato. Eu liguei para ela para sugerir que o Sindicato considerasse seriamente a possiblidade sobre a qual falo no final do texto de promover através da Internet campanha para boicotar o Zorra Total até o quadro ser tirado do ar.
É isso aí, escreva sempre. Se concordar, ótimo; se discordar, a gente vai discutindo.
Não sou censor. E no sensor para medir qualidade de debate, eu e você estamos indo bem, não é mesmo???
Queria mostrar que “aprendi a não cair no lapso” do sensor/censor.
Continue escrevendo sempre. O Trombone é nosso!!!
Grande abraço
Paulo Mayr
Obrigada pelo apoio a campanha. Iniciativas como a sua só ajudam a fazer com que as pessoas percebam que, embora seja um quadro humorístico (sendo os atores muito talentosos e engraçados), traz um teor machista, que banaliza o assédio sexual, desrespeita mulheres que não “atendem” ao padrão de beleza estabelecido pela sociedade e a faz apologia a violência contra as mulheres.
Parabéns!
Margarete Arantes
Diretora de base do Sindicato do Metroviários de São Paulo Comissão de Mulheres
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Margarete:
Não há o que agradecer. Fiz o que eu achei que tinha que ser feito, como jornalista e como cidadão.
Atenciosamente
Paulo Mayr
O Zorra é um programa horroroso, que recicla quadros antigos, acrescentando maldades: preconceitos atualizados e facistas. Mas a Globo continua a trilhar por este nefasto caminho, ao gosto de certa classe de pessoas que não se conformam com um Brasil bem brasileiro, bem povo. Lembro de que certa vez, num programa do Didi (Trapalhões) havia um quadro de que o Didi era graçom numa mansão. Só que era uma mansão de negros ricos, só havia negros ricos, vestidos todo empetecados (pra relacionar com os macacos de circo que vão ao picadeiro de roupas grotescas). E o Didi Mocó Sanrisal, (que fazia o papel de branco no meio de negros “enjoados”), passava sempre perto de um quadro que havia na sala da mansão (um quadro enorme) representando a Princesa Izabel. E o nosso glorioso humorista, com aquele modo preconceituoso que lhe caracteriza (não era à toa que fazia o papel na companhia de um negro e de um gay), pois bem, sempre que finalizava as besteiras o quadro terminava com Didi apontando pra princeza Izabel, fazendo gesto de que bateria nela e dizia “ainda pego a senhora”… Coisa assim, pra educar a criançada para a intolerância. Um abraço.
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Caro Sidney:
Pois é, absurdos inacreditáveis. Agora, o pouco que via de Trapalhões, desde os tempos de Vanuza, Ivon Curi, Renato Aragão e Ted Boy Marinho, (não sou jovem) gostava. De qualquer forma, o que vc relata é absurdo.
Abraços
Paulo Mayr