Meu amigo Richard Ouang, filho do arquiteto Max Ouang, me contou a história. Alguns dias depois, enviei para o Richard o texto que eu tinha escrito a partir de suas informações e disse a ele que iria publicar aqui no meu blog. Richard me alertou que o nosso ídolo poderia não gostar. Entrei no site oficial do Rei, mandei o texto e disse que pretendia publicá-lo e pedi autorização para isso. Não obtive resposta.
Já se passaram uns quatro, cinco anos, que tentei a autorização. Suponho que agora, após a vitória da Beija Flor no Rio homenageando nosso Rei, é um bom momento para relembrar o fato. Já que não posso por uma Escola de Samba desfilando, alinhavo umas palavras para contar essa história bonita do ídolo de mais de três gerações de braileiros.
Lá vai.
Em meados da década de 60, o prestigiado arquiteto Max Ouang recebe telefonema de um desconhecido. A pessoa diz representar personalidade muito famosa que tinha interesse em comprar a casa dele no, então sossegado, Morumby . O arquiteto explica que havia construído a casa para ele próprio morar e que não tinha interesse na venda.
O outro insistiu muito e propôs que ele estabelecesse um preço. Oriental e ainda por cima do ramo da construção civil, Ouang sabia exatamente o valor de mercado do bem. Colocou em cima dessa quantia uma porcentagem que ele achava justa (afinal, a casa não estava à venda, as dores de cabeça de construir para si iria tê-las todas novamente…) e passou a cifra para o Interlocutor. Com segurança e tranqüilidade, o outro diz que falaria com o chefe e que, muito provavelmente, o negócio seria fechado.
Alguns dias depois, Ouang recebe telefonema da mesma pessoa informando que o patrão concordava com o valor proposto. Pedia apenas um tempo muito curto porque o chefe estava fechando um contrato valioso e queria pagar tudo à vista.
Passado esse tempo, finalmente Ouang iria conhecer o misterioso comprador, acertar detalhes do contrato e receber o sinal até que a documentação toda estivesse pronta.
No horário marcado em seu escritório, ao abrir a porta, Ouang depara-se com o Rei Roberto Carlos em pessoa. Em pouco tempo, nas reuniões seguintes para concretizar o negócio, estabelece-se um clima de confiança mútua entre o dois
Roberto explicou que pedira prazo para pagamento pois estava fechando contrato com empresa cinematográfica.
Ouang quis saber por que Roberto escolhera a sua casa.
A explicação do Rei:
– Quando cheguei em S. Paulo, morava no apartamento de um primo em Santa Cecília. Nos fins de semana, meu primo, eu e minha namorada íamos passear no carro dele pelos bairros sossegados Em um desses passeios, os dois não paravam de falar para eu desistir de ser cantor e que me tornasse vendedor, como o meu primo. Eu disse seria vitorioso como cantor e que ganharia muito dinheiro. Nesse momento, estávamos passando em frente à sua casa, apontei para ela e garanti que um dia ainda iria comprá-la.
Roberto elogiou muito a casa, mas falou para o arquiteto que faria obras de ampliação da Cozinha. Ouang argumentou que a cozinha da casa era ótima. Roberto explicou que precisaria por uma mesa maior na cozinha para almoçar e jantar.
Ouang, carinhosamente e definitivo:
– Roberto, você é o ídolo do Brasil. Você não pode fazer refeições na cozinha!!!!!
E assim, o Rei, que tem mais ou menos a mesma idade que Richard, meu amigo, filho de Ouang, comprou uma casa e ganhou um conselheiro querido.
Muito bom este post,e é uma maravilha falar do nosso rei Roberto carlos.Um cantor de talento único,simplicidade de tirar o chapéu,muito educado,prestativo e amigo de todos,venceu na vida e na música com garra,capacidade,e muito amor.Não esbanja as riquesas que tem e sabe lidar com toda a sua fama e o seu eterno reinado.
Que Deus o mantenha marvilhoso como sempre o conhecemos e admiramos e que este relato deste post,nos de uma lição de vida,onde vale apena ser bom eprestativo e saber que a qualquer momento uma celebidade como o Roberto Carlos pode bater a nossa casa.
Foi muito bom tomar conhecimento desta passagem do grande e talentoso arquiteto Max Ouang,que teve a felicidade de vender sua aconchegada casa para o Rei Roberto Carlos e se tornar seu conselheiro.
Muito interessante esse post, trabalhei com o Dr Richard Ouang, quero dizer ele foi meu padrinho em algumas empresas que trabalhei. sempre correspondi as expectativas profissionais. Jamais podia ia imaginar que o Dr Max teve um relacionamento com o Rei Roberto Carlos. Hoje tenho uma Escola de Samba em Itajai – SC – estive na festa da vitoria da Beija Flor e minha filha conseguiu um autografo do rei. Tenho muito apreço pelo Dr Richard, muita gratidão .. infelizmente perdi o contato com ele, será que através do seu Blog, não poderia me fornecer .. obrigado…
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Odair:
Legal vc ter gostado desse texto especificamente. Também acho a história mto linda.
O email do Richard, já lhe enviei.
Grande abraço.
Paulo Mayr
Me achei nesse breve comentário sobre essa pessoa, com a qual tive oportunidade unica de trabalhar **Dr.Max Ouang** assim todo pessoal do escritório o chamava, a minha função era de Mensageiro e tive a oportunidade de levar os projetos para a Rua 13 localizada no Morumbi, Roberto Carlos na época usava um Dodge Dart preto com bolhas de acrilico no capô, eu garoto de 16 anos sempre voltado para area de artes, Dr. Max me deu oportunidade de desenvolver desenhos e projetos na prancheta juntamente com Victor Telles, Jaguanhara e João Carlos, pagou cursos técnicos de arquitura na escola Protec q ficava no bairro da Liberdade, me ajudou na divulgação dos meus quadros (Artes Plasticas), onde me matriculou no BUNKA, União Cultural Brasil/Japão tbem na Liberdade, era de uma simplicidade muito grande, tivemos diverso momentos de almoçar mini pizzas da Doceira Duomo da Rua Augusta, com escritório na Rua Barão de Capanema, 457 – Jdim América, contador Sr.Charles, Recepcionista Sra.Judith, Elizabeth contabilidade, Ismael dos Santos, serviços bancarios, Saudades de todos. Dr. max Ouang e Marino Barros eram sócios da Construtora Comercial e Importadora Metropole Ltda, trabalhei nos meados de 1969 até 1975. Ja busco a muitos anos alguma informação sobre a mesma, para obter o livro de registro ou o cgc da época para efeitos de aposentadoria, caso alguem tenha em posse esses documentos peço por favor entrar em contato. obrigado, obrigado mesmo por essa surpresa agradavel. Abraços. Pedro Gomes
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Pedro Gomes:
Eu gosto muito desse texto que eu escrevi. Fico contente que vc tenha, de alguma forma, se identificado com ele.
Vou mandar email para vc, quem sabe, posso ajudá-lo!!!
Abraços
Paulo Mayr
obrigado pela força Paulo. Um grande abraço. Pedro Gomes
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Cari Pedro:
É um prazer poder ajudar.
Grabde abraço
Paulo Mayr
Olá.
Li o texto e gostei, notadamente porque nessa época era “Office boy” em São Paulo e andava muito por essas ruas do Morumbi. Faltou entretanto, uma informação que tenho curiosidade em saber:
O nome da Rua e se possível, o nº da casa.
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Domingos,
Faz Tempo que não me encontro como o Richard, quando eu o encontrar, vou perguntar.
Abraços
Paulo Mayr
Tambem fiquei curioso em saber qual é a casa.Me informe tambem.Abraços
Marcos:
Talvez pesquisando pelo nome do arquiteto você descubra.
Particularmente, eu gosto muito desse meu texto.
Abraços
Paulo Mayr