Ouvinte de 50 anos manda curiosa correspondência para o Programa No Divã do Gikovate, na rádio CBN. Casado há 15 anos com mulher de 40, conta que durante esse tempo transaram duas vezes por dia; sempre ótimas transas. Depois que nasceram os filhos, a freqüência não diminuiu, mas ele sente que a mulher já não se entusiasma tanto: “os orgasmos foram se arrefecendo”.
O doutor dá competente explicação, ressalta que duas por dia ao longo de tanto tempo é muito fabuloso e aponta algumas hipóteses plausíveis e prováveis para a queda do entusiasmo da mulher.
Tudo isso faz lembrar a história do mineirinho do milharal. (caro leitor, no seu lugar ouviria primeiro o comentário do médico e depois leria a história do mineirinho. http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/no-diva-do-gikovate/2010/06/29/MINHA-MULHER-NAO-TEM-MAIS-ORGASMOS-DEPOIS-QUE-TIVEMOS-FILHOS.htm)
Mineirinho aparece no médico com o – como direi??? – pênis todo esfolado. O doutor pergunta como era sua atividade sexual.
Mineirinho explica:
– De manhã, eu acordo, dou uma transadinha e vou pro milharal. Às 10 horas, vou em casa para o cafezinho, dou uma transadinha e volto pro milharal. Almoço, dou uma transadinha e volto pro milharal. À noite, dou uma transadinha, janto, dou outra transadinha e vou dormir.
O doutor explica que não há – como foi que eu disse??? – pênis que resista.
Aliviado, o mineirinho diz:
– Ah, doutor, eu tava tão preocupado que o senhor fosse dizer que isso era por causa das punhetinhas que eu toco lá no milharal…
O cara dava duas por dia durante anos na mulher e agora que a mulher está com 40 sente que ela não está muito animada.
Para falar a verdade, acho que esse cara é um tremendo mentiroso. O motivo é simples. Não há mulher no mundo que não regule o sexo ao marido. Isso faz parte da filosofia feminina em achar que o marido ou companheiro tem de fazer sempre mais e sempre coloca a perereca no presépio.
Falando nisso, colocar no presépio é uma expressão dos tempos de infância no interior, quando o menino ganhava a bola de presente no Natal e no dia seguinte a colocava na pelada. Na primeira entrada violenta contra ele ou se alguém fazia algo que o contrariava, não dava outra. Pegava a bola e dizia que ia embora, acabando com a pelada. Ai os meninos invariavelmente falavam: ponha a bola no presépio!
De mesma forma, as mulheres depois de estabilizar a relação e passar algum tempo com o companheiro, invariavelmente põem a perereca no presépio.
Esse cara que falou com o Gikovate é um mentiroso!
Essa história do cara de 50 e a mulher de 40 fazer amor duas vezes ao dia e ele achar que ela não está muito entusiasmada é uma piada e me recorda uma passagem com um amigo, o Lula (não o apedeuta).
Logo após eu me separar, comecei a sair com umas meninas bem mais novas que eu. Ia aos sábados à casa do Lula para fazer uma média e tomar uns tragos antes das baladas. A Vera, sua mulher, sempre me recebia bem e fazia de conta que era a primeira vez que eu trazia uma gazela para papaear. Certo dia, peguei o Lula, meio descompensado e talvez invejoso da minha condição de solteiro e que me permitia visitá-lo trocando de companhia a cada sábado com uma gatinha diferente e à certa altura, depois de tomar umas e outras ele solta a pérola:
Ubaldo, você pensa que está fazendo grande coisa em trazer essa menina aqui e a cada sábado você traz uma garota diferente se achando um tremendo garanhão. Mas o garanhão em realidade sou eu, porque como essa bruxa (a Vera mulher dele) sempre. Comer essas menininhas é fácil.
Depois de festival de machismo e baixaria saltei para outras bandas e fui parar em outra freguesia.
Esse Gikovate é um ótimo psicanalista mas deixa a gente em má situação se as nossas mulheres lerem essa coluna do Mayr. Dar duas todos os dias durante anos na mulher?
Isso não existe. Tá parecendo filme pornô que ao invés dos produtores colocarem homens com bilaus minúsculos e que se satisfazem rápido, escolhem homens avantajados e que demoram uma eternidade fazendo sexo. Que exemplo. As nossas mulheres, se assistem o filme conosco vão exigir igual ou melhor desempenho.
Falando de mineirinho me lembrei daquela da mineirinha.
Mineirim no leito de morte, decidiu ter uma conversa definitiva com a sua companheira de toda a vida sobre a fidelidade da mesma:
– Muié, pode falá sem medo… já vô morrê mess e prifiro sabê tudim direitim… Ocê arguma veiz traiu eu?
– Ô Zé, num fala dessas coisa que eu tenho vergonha…. .
– Pode falá muié….
– Quero não…
– Fala muié, disimbucha.. .
– Mió dexá pra lá, Zé.
– Vai, conta…
– Queto Zé, morre em paz… Depo is de muita insistência ela resolveu abrir o jogo:
– Tá bão Zé, vou contá, mais num mi responsabilizo. ..
– Pode contá.
– Ói Zé, traí sim, mas foi só trêis veiz.
– Intão conta sô! Trêis veiz nessa vida toda até qui num foi muito!
– A primera foi quando cê foi demitido daqueli imprego qui ce brigou cum chefe.
– Ué, mas eu fui adimitido dinovo logo dispôis sô…
– Pois é Zé… Fui lá cunversá cum ele, acabei dano pra ele e ele ti contratô di vorta.
– Ah, muié, cê foi muito boa cumigo… Essa traição num dá nem pra leva a mar, foi pela necessidade da nossa famía…tá perdoada. E a segunda?
– Lembra quando cê foi preso pru modi daquele furdunço que cê prontô na venda?
– Lembro muié, mas num fiquei nem meio dia na cadeia.
– Pois é Zé…. Eu fui lá cunversá cum delegado e acabei dano pra ele ti sortá.
– Ê muié, isso nem conta também não, a carza foi justa… Imagina ficá preso lá um tempão. Ocê nem me traiu. Foi pela nossa famía e pela minha liberdade, uai. E a urtima?
– Lembra quando cê si candidatô pra vereadô?
– Lembro muié…quase me elegeru.
– Pois é… Eu qui consegui aqueles 1.752 voto …..
Mayr, estou com minha mulher desde o reveilon de 1969/1970, ainda sentimos muito tesão um pelo outro. Comparecemos, um perante o outro, ainda com quase a mesma fome, duas vezes por semana. É meta. Casamento funciona como um banco, a equipe tem que estabelecer meta e trabalhar pra que ele seja atingida. Trabalho arduo, que trás a recompensa ao final. Acredite, somos aplicado, como o alemão que procurou o médico:
____ Doutor, de manhã tomo café, ovos, bacon, e depois vou a terraça deitar… no almoço como chucrutes, bebo uma cerveja e vou pra terraça, a noite como joelho de porco com stanheiguer e vou pra terraça… ai, doutor, como passo mal….!
Dai a mulher interviu:
____ Doutor, meu nome nao é terraça…. é Tereza !!
Um abrãço