De 29.05.07
Salvo engano meu, o prato Escondidinho foi tombado pela gastronomia brasileira ou de algum estado. Não existe comida de que eu não goste, mas, quanto ao Escondidinho, vou precisar roubar a definição de um primo meu – Ernani, para meu tio, Maurício Goulart. Meu tio passeava com Ernani por Fronteira, cidade que ele fundara, próximo a Rio Preto, e, a todo momento, perguntava se o Ernani estava gostando. Ernani desconversou até onde pode. Quando não dava mais para se calar, disse tranqüilamente:
– É tio Maurício, Fronteira é um dos 50.000 melhores lugares do mundo.
A respeito do nosso Patrimônio Gastronômico, tenho exatamente a mesma opinião do Ernani sobre Fronteira: está entre os 50.000 pratos de minha predileção.
Seria idiossincrasia minha e do meu primo se quiséssemos banir Escondinho e Fronteira do Mundo. Basta-nos ignorá-los!!!
O problema é que paralelamente ao Escondidinho (será que foi por causa dele???), surgiu Uma verdadeira cultura do Escondidinho!!!
Os automóveis foram transformados em carros fúnebres com seus vidros nigérrimos; as pessoas acham chique não terem seus nomes no catálogo telefônico (além de proibirem que o auxílio à Lista informe o número) e, para piorar, mudam de número telefone mês sim, mês não.
O email, a mesma coisa. Acabei de mandar um email para uma conhecida (que, naturalmente, não tem telefone na lista); vi que a mensagem permaneceu na caixa de saída e não fora enviada (aí, resolvi escrever esse texto) – tenho certeza de que ela mudou de email!!! (vou dar uma conferida). Dessa vez errei, o email foi enviado.
Sobre mudar de telefone, minha irmã Thereza é mestra nisso. Falei para ela que era o fim da picada.
Às vezes algum conhecido meu que não me vê há muito tempo me liga e comenta que teve medo de não achar meu número.
Explico sempre.
– Meu caro, no dia em que você souber que eu estou em determinada cidade e não achar meu nome na lista, tenha a certeza de que eu fali, fali literalmente e não tenho dinheiro sequer para manter uma linha telefônica.
No caso oposto, de meu BLOG – BOCA NO TROMBONE /meu livro de frases -METRALHADORA GIRATÓRIA (que há de ser publicado!!!) me tornarem bilionário, sempre haverá um telefone meu na lista e, na pior das hipóteses, uma secretária eletrônica. Todos os recados serão respondidos. Aliás, segundo ouvi dizer, o Roberto Marinho, ele próprio, atendia o telefone em sua casa. O Roberto Sodré, ex-governador, ex-ministro, agricultor poderosíssimo, bem amigo do meu pai e até meu, também. Já tenho alguma semelhança com ambos; agora só falta ficar rico e famoso como os dois, metralhando e botando a boca no trombone!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Para concluir 1, sou capaz de apostar que todas essas pessoas que fizeram do escondidinho uma filosofia de vida (Hiden way of Life!!!- chique, né????), todas elas, têm instalados em suas muralhas aqueles malditos holofotes que derramam um jato de luz potentíssimo nos olhos de quem está tendo o imenso atrevimento de andar na calçada em frente de suas casas!!!!!!!!!!!!
Para concluir 2 – Frasista, mais uma vez, deixo uma frase minha:
Classe e educação têm limites; grosseria e barbárie, não.
Sorte nossa que seus textos não ficam escondidinhos e nem precisam de “captchas” (aquelas malditas letrinhas e números embaralhados e ilegíves), para se ter acesso…
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Caro Di:
Obrigado. Mas, no que me toca, recebo o elogio apenas pelo texto. A parte técnica não é de minha responsabilidade. Também acho boa, embora ultimamente, eu esteja com alguns probleminhas aqui no blog. De qualquer forma, obrigado.
Abraços
Paulinho das Frases